Saúde

Estudo aponta que droga retarda progressão do Alzheimer em 60% para pacientes em estágios iniciais

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O ensaio incluiu 1.736 pacientes com Alzheimer leve, de 60 a 85 anos  |   Bnews - Divulgação Reproução/ TV Globo

Publicado em 17/07/2023, às 15h35   Cadastrado por Bernardo Rego


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Um estudo aponta que a droga donanemab, da farmacêutica Eli Lilly, provocou o retardo da progressão do Alzheimer em 60% dos pacientes que estão nos estágios iniciais da doença. Os resultados foram divulgados nesta segunda-feira (17). As informações são do G1.

Os resultados parciais do estudo foram publicados na íntegra na revista científica Jama (Journal of the American Medical Association), ou seja, passaram por revisão de especialistas. As descobertas ressaltam que "a detecção e o diagnóstico precoces podem realmente mudar a trajetória dessa doença", pontuou Anne White, presidente de neurociência da Lilly.

O que é o donanemab? É um anticorpo projetado para eliminar uma substância chamada beta-amilóide. A amilóide se acumula nos espaços entre as células cerebrais, formando placas que são características da doença de Alzheimer.

Números do estudo:

O ensaio incluiu 1.736 pacientes com Alzheimer leve, de 60 a 85 anos. A droga experimental retardou a progressão do Alzheimer em 60% nesses casos. Os resultados foram menos robustos em pacientes mais velhos e pacientes com níveis mais avançados da doença.

O inchaço cerebral foi um efeito colateral comum em até um terço dos pacientes. Para a maioria, foi resolvido sem causar sintomas — mas três voluntários morreram devido ao inchaço.

Metade dos pacientes conseguiu interromper o tratamento após um ano, porque havia eliminado depósitos cerebrais suficientes. Os participantes tratados com donanemab também tiveram um risco 39% menor de progredir para o próximo estágio clínico da doença durante o estudo de 18 meses.

Efeitos colaterais

- Inchaço cerebral: O estudo mostrou que o inchaço cerebral, um efeito colateral conhecido de drogas como donanemab, ocorreu em mais de 40% dos pacientes com predisposição genética para desenvolver a doença de Alzheimer.
A empresa havia relatado anteriormente que 24% do grupo geral de tratamento com donanemab apresentava inchaço cerebral.
- Hemorragia cerebral: ocorreu em 31% do grupo donanemab e cerca de 14% do grupo placebo.
As mortes de três pacientes do estudo estavam ligadas ao tratamento, relataram os pesquisadores. "Esses efeitos colaterais não devem ser menosprezados, mas a maioria dos casos foi controlada por monitoramento com ressonância magnética (MRI) ou interrupção do medicamento", disse a investigadora do estudo, Dra. Liana Apostolova, professora de pesquisa da doença de Alzheimer na Escola de Medicina da Universidade de Indiana.

Classificação Indicativa: Livre

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