Saúde

"Resistência, resiliência e vitória": Fernanda venceu o câncer de mama

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O câncer de mama representa cerca de 24,5% de todos os tipos de neoplasias diagnosticadas no Brasil  |   Bnews - Divulgação Arquivo Pessoal/@usenandas

Publicado em 10/10/2022, às 05h00   Osvaldo Barreto


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O mês de outubro é internacionalmente conhecido como o período da campanha de alerta às mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e no Brasil conhecido como Outubro Rosa. Este tipo de tumor é o que mais acomete a população feminina brasileira e representa cerca de 24,5% de todos os tipos de neoplasias diagnosticadas.  

Dentre as preocupações quando do diagnóstico da doença está a autoestima da mulher. Afinal, há o risco da mastectomia, cirurgia para retirada total ou parcial da mama, parte do corpo relacionado diretamente com a feminilidade.

Em 2020, Fernanda Brandão, 38 anos, percebeu um caroço bem pequeno na mama. Após exames constatou que estava com câncer de mama. Ela relata que os primeiros dias foram tranquilos, pois realizava terapia para tratar de outras questões, além de ter encontrado no Hospital Aristides Maltês (HAM) uma rede de apoio e consultas psicológicas.

"A rede de apoio familiar foi muito importante no meu tratamento e com o apoio com a psicóloga, que faz um acompanhamento brilhante do próprio hospital. Contudo, foi bem difícil pra mim ter que lidar com o distanciamento, pois estávamos vivendo uma pandemia e foi justamente quando comecei o tratamento. E o meu filho Enzo que naquele momento tinha 5 anos, foi o maior motivo para lutar pela minha vida", revela à reportagem do Bnews.

Por vezes, mulheres diagnosticadas com o câncer de mama passam por constrangimentos. Situações que podem de alguma forma acarretar mais vulnerabilidade para mulher em tratamento. Fernanda lembra que por algumas vezes ouviu comentários desnecessários.

"'Cabelo é tão ruim que nem a terra come', 'Pra que usar peruca?', ' Cabelo cresce '. Quando ouvimos isso é péssimo, machuca e dói! Não é somente perder cabelo, é sobre a autoestima e tudo que encaramos depois de um tratamento tão agressivo. Hoje no meu caso, tenho que lidar com uma calvície, que não gosto de mostrar e não ligo com quem me julguem pelo simples fato de até hoje fazer uso da peruca", conta.

Resiliência

O primeiro desafio ligado a autoestima veio 14 dias após a quimioterapia. Fernanda pediu para mãe raspar o seu cabelo e adotou o uso do lenço no dia a dia.

"Confesso que pra mim não foi fácil a perda dos cílios e sobrancelhas, só que pra tudo eu tinha uma solução e daí passei a usar maquiagem para marcar a sobrancellha. O corpo mudou muito com o tratamento, mas entendi que ser resiliente e lidar com o tempo que eu precisava para ficar bem era preciso passar por tudo isso foi a melhor forma que encontrei para lidar com tudo que estava por vim com o tratamento. E Deus foi me preenchendo com tudo que eu e minha família precisava para passar por tudo isso bem e fortes", conta.

O período pós-pandemia foi importante para Fernanda se tornar rede de apoio para outras mulheres que descobre o câncer de mama. Desde o ano passado, ela utiliza sua empresa (@usenandas) para ser ponto de arrecadação de lenços e mechas para doar.

"Resistência, resiliência e vitória"

No último dia 04 de outubro, Fernanda teve alta do setor de oncologia, mas ela faz questão de ressaltar que "o câncer de mama não é sentença de morte. E foi um toque que salvou a minha vida!  95% são as chances de cura quando um câncer de mama é descoberto precocemente".

Ela vai além e confidencia que falar sobre a sua história é fazer um alerta sobre cuidado para as mulheres.  "Contar minha experiência para outras mulheres, é falar sobre resistência, resiliência e vitória! É importante falar não somente as dores, mas as glórias de tudo que fui vencendo em todas as etapas de quimioterapia, cirurgia, fisioterapia, radioterapia, vacinas. Tudo que precisei passar desde Março de 2020". 

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