Saúde

Terreiros são reconhecidos como locais de tratamento de saúde complementares ao SUS

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O Conselho Nacional de Saúde (CNS) aprovou a proposta junto a outras 59  |   Bnews - Divulgação Reprodução Redes Sociais/ @ileaxearaka

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Em decisão extraordinária, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) aprovou a proposta de número 46 que reconhece os terreiros, barracões e templos religiosos de matriz africana como pontos cruciais de acolhimento à saúde e cura complementares do Sistema único de Saúde (SUS). A portaria considerou as casas de axé como “promotores de saúde e cura”. 

Ao todo, a portaria em que a proposta faz parte apresenta 59 propostas para saúde pública no Brasil.

Segundo o sacerdote, Babalorixá Jailson De Oxumarê, do Ilê Axé Araka, localizado na cidade de Salvador, é um fato de extrema importância para os terreiros. 

"Quantas pessoas são acolhidas nesses espaços para tratar essas doenças? O conhecimento ancestral, quando falamos das folhas, das sementes, das raízes são as primeiras coisas que usamos para tratar da saúde não só fisicas, mas mentais. Então, o reconhecimento do SUS hoje, entender que os espaços são entrada inicial para o povo negro e de matriz africana é uma vitória, corroborando para aquilo que a gente sempre, de fato, praticou", afirma. 

No texto é cita-se o importante papel dos terreiros de candomblé e de umbanda para o combate ao racismo e à violação de direitos, além de ajudar na preservação da saúde pública. Os locais foram descritos como “a primeira porta de entrada para os que mais precisavam e de espaço de cura para o desequilíbrio mental, psíquico, social e alimentar”.

“Reconhecer as manifestações da cultura popular dos povos tradicionais de matriz africana e as Unidades Territoriais Tradicionais de Matriz Africana (terreiros, terreiras, barracões, casas de religião, etc.) como equipamentos promotores de saúde e cura complementares do SUS, no processo de promoção da saúde e 1ª porta de entrada para os que mais precisavam e de espaço de cura para o desequilíbrio mental, psíquico, social, alimentar e com isso respeitar as complexidades inerentes às culturas e povos tradicionais de matriz africana, na busca da preservação, instrumentos esses previstos na política de saúde pública, combate ao racismo, à violação de direitos, à discriminação religiosa, dentre outras”, diz o documento. 

Classificação Indicativa: Livre

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