Azul abre voos extras para Noronha após confusão com passagens de moradores

No mês de outubro deste ano, a Azul Linhas Aéreas foi alvo de diversas reclamações de passageiros que moram em Fernando de Noronha, em Pernambuco. As duas principais razões foram as condições da pista do aeroporto local, bem como a acusação da redução do número de assentos em aviões destinados para quem habita a ilha. 

Como tentativa de sanar essas problemáticas, a companhia ampliou a frequência de voos na operação, saindo de cinco para oito por dia. Reflexo disso é que, nos primeiros sete dias de novembro, a quantidade de turistas que frequentaram o arquipélago superou o número do mesmo período de outubro deste ano. 

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O número está relacionado ao incremento de viagens Recife-Fernando de Noronha. Nesse sentido, os dados do sistema de controle migratório da Administração da Ilha mostram que 907 turistas desembarcaram em novembro contra 883 entre 1 e 7 de outubro. 

Essa medida leva em consideração reclamações sobre o descumprimento de um acordo firmado com a administração do arquipélago. Nele, haveria desconto de tarifa para a comunidade local em cada voo para o continente. Na ocasião, a Azul comunicou ao g1 que a tarifa destinada aos moradores custa R$ 215, além da taxa de embarque, que tem o valor de R$ 37,02.

A empresa aérea ainda acrescentou que, caso existam vagas sobrando nos aviões, também pode vender para a população local passagens que estão fora da quantidade prevista para a tarifa especial. Elas têm o valor de R$ 260.

O braço logístico da Azul Linhas Aéreas, a Azul Cargo, iniciou, desde o último sábado (5), as operações com voos dedicados ao transporte de carga entre a capital pernambucana e o Arquipélago de Fernando de Noronha. Com capacidade de 5 toneladas, o avião tipo ATR tem projeções de viagens para os dias 14, 19 e 26 deste mês. 

"A mobilização do Governo do Estado para minimizar os efeitos da suspensão dos voos com aviões a jato para Noronha acontece com a participação de várias secretarias. A Seinfra conseguiu adiantar o cronograma da recuperação emergencial da pista de pouso e a Setur atuou junto à Azul para aumentar o número de voos diários e também esse voo semanal com uma aeronave de transporte exclusivo para cargas. Isso tem dado resultado com números crescentes de visitantes", explica o administrador de Fernando de Noronha, Jorge Araújo.

Obras de intervenção na pista passa de 50%

Em outubro, os pousos no arquipélago de Fernando de Noronha enfrentaram um período de proibição por parte da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O motivo é que a pista do aeroporto do local não apresentava condições apropriadas para decolagem e aterrissagem dos aviões. 

Visando a necessidade de atender as demandas de recuperação da pista e reforma do aeroporto, o Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria de Infraestrutura e Recursos Hídricos (Seinfra) passou a desenvolver obras emergenciais. Até a última terça-feira (8), 65% delas já estavam executadas. 

A frente inicial de atuação visou a recuperação preliminar da pista de pouso e decolagem, na qual o investimento foi de R$ 1,2 milhão. Já a outra intervenção contempla a readequação de capacidade da pista; requalificação do pavimento; sistema de drenagem e implantação de sinalização, com prazo de conclusão de 12 meses. O investimento abrange o valor de R$ 59,9 milhões. 

Cerca de 90 dias foi o prazo inicial para a realização da obra emergencial, porém o período de conclusão acabou antecipado para o dia 30 deste mês de novembro. No mais, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) se comprometeu a vistoriar a pista de pouso assim que a obra emergencial for concluída.