BNews Verão: Titular da Deltur explica o que o turista deve fazer para não ser vítima de delitos e evitar cair em golpes

O fluxo de turistas em Salvador caiu drasticamente durante a pandemia do novo Coronavírus, que teve os primeiros casos registrados no Brasil em fevereiro de 2020. Registrou uma queda abrupta de 9,9 milhões em 2019 para 4,3 milhões em 2021, esboçando uma sensível recuperação em 2021 com fluxo de 5,3 milhões (até novembro). Ainda assim, e considerando o reaquecimento do setor nesta alta temporada de 2022, os cuidados entre os turistas que visitam as grandes cidades, a exemplo de Salvador, devem ser redobrados nesse período.

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A Titular da Delegacia de Proteção ao Turista (Deltur), Maritta Souza, falou ao BNews Turismo sobre o assunto. Segundo a delegada, há um aumento no índice dos delitos mais recorrentes contra os turistas no período de dezembro a fevereiro, mas nada “tanto significativo”.

“Temos um aumento na alta estação até pelo número de pessoas e turistas que passam a circular na cidade, praias, cento histórico, pontos turísticos. Não é um aumento tão grande. Podemos dizer que é um número perceptível, mas não tanto significativo para dizer que há desequilíbrio”, afirmou Maritta ao BNews Turismo.

Entre os delitos mais praticados contra turistas, estão furto, furto qualificado e roubo qualificado.

Através dos dados obtidos pela reportagem com a Polícia Civil da Bahia é possível comprovar que houve uma diminuição considerável em alguns números, porém há que se considerar que a quantidade de turistas circulando na capital da alta temporada 2019/2021 para 2020/2021 caiu mais que a metade.

No caso dos roubos qualificados houve crescimento.

Confira os dados abaixo:

PERÍODO: 01/12/2019 a 27/02/2020
FURTO A TRANSEUNTE 11 (2019) 196 (2020)
FURTO QUALIFICADO 1 (2019) 33 (2020)
LESÃO CORPORAL DOLOSA 0 (2019) 1 (2020)
ROUBO QUALIFICADO 11 (2019) 24 (2020)

PERÍODO: 01/12/2020 A 27/02/2021
FURTO A TRANSEUNTE 8 (2020) 20 (2021)
FURTO QUALIFICADO 4 (2020) 12 (2021)
LESÃO CORPORAL DOLOSA - 0
ROUBO QUALIFICADO 12 (2020) 36 (2021)

A delegada afirma que os furtos são os delitos mais recorrentes e explica o motivo: “A pessoa não percebe quando ocorre, pois, está em evento com aglomeração de pessoas e muitas vezes o documento, o celular está no bolso e levam. Temos também o furto em que a pessoa se aproxima e puxa a corrente do pescoço das vítimas. Na maioria das vezes as pessoas nem percebem”.

As orientações para que os turistas evitem ser vítimas de delitos e não correr riscos são antigas, mas nunca é demais lembrar. “Sempre procurar caminhar em locais que tenham prévia informação do agente de viagem, do hotel, ou de um policial. Evitar local escuro, deserto. Se a pessoa se sentir insegura, deve entrar em algum estabelecimento, pedir ajuda a algum policial ou discar 190”, orientou Maritta, que tem quase 13 anos de experiência nessa área.

Segundo a delegada, há também que se preocupar com outros tipos de golpes: “A orientação é nunca deixar bolsas nas cadeiras, objetos na mesa. Evitar beber com pessoas desconhecidas, e se acontecer e precisar sair do recinto, sempre trocar o copo para evitar risco de boa noite cinderela. Temos registro de boa noite cinderela onde o turista cai no golpe e tem todos os pertences subtraídos”.

A titular da Deltur Maritta Souza explicou ao BNews Turismo um pouco mais da rotina da delegacia: “a gente atua depois que o fato ocorre. A partir daí tentamos recuperar os pertences da vítima, caso seja furto ou roubo”. As ocorrências registradas na Deltur podem dar origem a um inquérito ou termo circunstanciado.

Para ter abrangência e eficiência maiores, a Delegacia de Proteção ao Turista trabalha em parceria com o Batalhão Especializado em Policiamento Turístico (Beptur) e 18º Batalhão da Polícia Militar da Bahia, que atuam no Centro Histórico da capital baiana. “Trocamos informações e fazemos operações em conjunto”, destacou a delegada.

Além de Salvador, a Deltur também dá apoio à Região Metropolitana e à Ilha de Itaparica. A despeito de haver apenas uma delegacia especializada para proteção do turista, Maritta Souza reitera que qualquer unidade pode registrar ocorrências desse tipo. “Todas as unidades podem fazer registro contra turistas e pode ser encaminhado pra delegacia especializada”, explicou.