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Oscar do Chocolate: Cacau produzido na Bahia disputa título de melhor amêndoa do mundo

Produtor de cacau de Ilhéus é um dos três brasileiros que disputam o Cacao of Excellence, o Oscar do chocolate  |  Arquivo pessoal

Publicado em 31/01/2024, às 17h33   Arquivo pessoal   Beatriz Araújo

A Bahia continua se destacando no cenário internacional quando o assunto é agricultura. Desta vez, a estrela é o cacau produzido por Luciano Ramos de Lima, agricultor do município de Ilhéus, na região Sul, especialista em cacauicultura. O produtor é um dos três brasileiros que disputam o Cacao of Excellence, considerado o “Oscar do Chocolate”. O evento acontece no dia 8 de fevereiro, em Amsterdã, na Holanda.

Para participar do concurso e concorrer ao prêmio internacional que reconhece os produtores de cacau de alta qualidade, os produtores enviam suas amostras de amêndoas para serem avaliadas por um comitê técnico e um júri de especialistas em cacau e chocolate.

Luciano tem grandes chances de vencer, pois sua amêndoa, classificada como varietal BN 34, considerada uma boa variedade para a produção de chocolate, já foi reconhecida como a segunda melhor do Brasil, na 4ª edição do Concurso Nacional de Qualidade de Cacau, em 2022. Esse prêmio garantiu ao produtor um lugar na competição internacional.

Diferencial

Em entrevista ao BNews, Luciano, que tem 56 anos, relatou que há 40 trabalha com o cacau. O baiano cultiva o fruto na Fazenda São Sebastião, seguindo os padrões de excelência que fazem de Ilhéus um polo de produção de cacau de alta qualidade. “O BN 34 tem uma série de características agronômicas positivas para o produtor.

Pequeno porte, o que permite uma alta, ou uma maior densidade de plantas, porque você pode diminuir o espaçamento; resistência a estresse hídrico, resistência a fitóftora, que é a podridão parda; boa resistência à vassoura-de-bruxa, frutos de casca fina”, destacou sobre a qualidade da amêndoa.

Ainda de acordo com Luciano, o BN 34 tem também características positivas com relação ao sabor. “No sensorial dele, ele tem notas bem suaves, o que faz dele o chocolate, mesmo com maior intensidade de cacau, ser suave. Ele é muito agradável, tem um aroma suave, nada muito intenso. As notas dele são amadeiradas para cítrica, tem uma variação”, informou.

Disputa

Além de enfrentar concorrentes de fora do País, o ilheense disputa com Miriam Aparecida Federrici e Robson Brogni, do Pará, o título de melhor cacau do mundo. Por outro lado, Luciano diz estar confiante de que vai sair vitorioso da competição.

“Todas as amêndoas são muito boas, inclusive a nossa, mas eu estou confiante. Espero que essa confiança se concretize agora no dia 8. Tem boas amostras do Brasil, tem mais duas amostras do pessoal do Pará, mas eu acredito muito que a gente pode ter o um bom resultado”, disse.

Bom momento

O produtor também comemorou o bom momento que o cacau vem passando. “A cacauicultura é a minha vida. Vivemos um momento muito ruim, e agora estamos vivendo um momento melhor. Inclusive, na semana passada, o cacau atingiu o melhor preço no mercado internacional, nos últimos 40 anos, mas hoje nossa produção também é cacau fino, o que vem verticalizando muito a nossa receita”, completou.

Classificação Indicativa: Livre


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