Cidades

Chesf nega ser responsável por alagamentos na BA e entrará com recurso contra decisão da Justiça

Justiça responsabiliza Chesf por inundações no interior da Bahia, após hidrelétrica aumentar vazão em barragem  |  Prefeitura de Jequié

Publicado em 08/01/2023, às 08h25   Prefeitura de Jequié   Camila Vieira

A Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) emitiu nota, na última sexta (6), afirmando que vai entrar com recurso contra a decisão judicial que a responsabilizou pelos alagamentos ocorridos no final de dezembro em cidades do sudoeste da Bahia. A decisão judicial determinou que a empresa faça plano de recuperação das áreas afetadas e que preste auxílio emergencial a constituição de um fundo não inferior a R$ 100 milhões, como forma de garantir a responsabilidade integral da Chesf pelos danos socioambientais e às pessoas afetadas pelo desastre. 

Em nota, a Chesf reafirmou que a operação obedeceu aos procedimentos de segurança e que a vazão da barragem foi viável para reduzir as consequências das fortes chuvas. O aumento da vazão da Barragem da Pedra virou caso de Justiça quando a Procuradoria Geral do Estado da Bahia (PGE-BA) atribuiu à Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) a responsabilidade pelos alagamentos.   

Histórico de alagamentos - Em 26 de dezembro de 2022, o Rio de Contas registrou uma das maiores cheias da história. De acordo com a Chesf, o reservatório da Usina Hidroelétrica da Pedra, localizada em Jequié, teve afluência média de 3.100 metros cúbicos por segundo (m³/s) no dia 25 de dezembro. Em três dias, o volume útil saltou de 65% para 93%. Por conta disso, as comportas precisaram ser abertas para evitar o transbordo total do rio. O procedimento, no entanto, causou alagamentos. As cidades de Jequié e Ipiaú foram as mais afetadas. 

O que diz a Chesf - Segundo os dados da Chesf, a defluência, ou seja, volume de água liberado pela hidrelétrica, saltou de 95 m³/s no dia 22 de dezembro para 190 m³/s no dia 23. Já no sábado (24), a defluência média foi de 700 m³/s e no domingo chegou a 1.850 m³/s, com liberação superior a 2.000 m³/s em alguns momentos.  

Ainda segundo a Chesf, a operação feita no reservatório, “a vazão nas comunidades a jusante da barragem teria chegado a 4.500 metros cúbicos por segundo, muito superior aos valores observados, com impactos ainda maiores para a população”. Por fim, a Chesf assegura que o procedimento foi importante para evitar que a barragem entrasse em estado de emergência. 

Classificação Indicativa: Livre


Tags Justiça água alagamentos chesf prejuízos Sudoeste da Bahia barragem volume decisão judicial bnews Companhia Hidrelétrica do São Francisco danos socioambientais

Leia também


Picanha brasileira fica em segundo lugar como melhor prato do mundo


Alexandre Nero se afasta de 'Travessia' por problema de saúde: 'Pior dor que já senti na vida'