Coronavírus
Publicado em 18/06/2020, às 10h19 Vagner Souza/BNews Nilson Marinho e Marcos Maia
O secretário municipal de Saúde, Leo Prates, avalia que a certificação de mortes ocorridas em domicílio tem sido o principal “gargalo” referente ao serviço de atendimento ao cidadão em tempos de pandemia. Nesta quinta-feira (18), o titular da pasta afirmou que o município contratará dois médicos também para oferecer suporte neste aspecto.
"A pessoa morre e só pode enterrar após a atestação, e por isso muitas vezes fica em casa. Estamos focados [em resolver esta questão]", disse. Ele conta que nesta quinta, às 15h30, será realizada uma reunião com o Instituto Médico Legal (IML) e com a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) para estabelecer fluxos relativos a um mutirão sobre essa questão.
A expectativa é que em 60 dias exista um serviço de verificação de óbitos em casa no Estado. "Isso vai ser muito importante [...]. Se não tivermos uma vacina, vamos levar essa situação como um novo normal por um tempo", opinou. Desde 2012 o Ministério Público da Bahia (MP-BA) pede que o governo do Estado implante um serviço de verificação de óbitos.
De acordo com Ivan Paiva, coordenador de urgência e emergência, o número de declarações de óbito emitidas pelo Samu aumentou 87,5% em maio deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Paiva informa que em maio de 2019, o serviço recebia oito mil ligações de emergência.
Já neste ano, o Samu registrou 15 mil de emergências de modo geral - não necessariamente com óbitos em casa. Ele explica que muita gente tem oferecido resistência a ir até um hospital, por temor de contrair o novo coronavírus.
"Antes da pandemia, nós emitíamos 40 declarações de óbito por mês. O que representava, um ou um registro e meio por dia. No mês de maio, oferecemos 210 declarações de óbito só feitas pela Samu”, acrescenta. Quanto à oferta de leitos na capital baiana, Prates avalia que a situação atual não é mais confortável, embora siga estável.
"Hoje está em 78%", informou. O número diz respeito apenas à ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Já os leitos para atendimento clínico, a ocupação se mantem em 77%. Segundo o titular da pasta, os índices de ocupação são variáveis e dez novos leitos devem ser abertos até a próxima sexta-feira (19).