Justiça

Caso Daniel Prata: audiência de instrução é novamente adiada

Publicado em 03/11/2016, às 10h47   Reprodução   Adelia Felix

 
Foi novamente adiada a audiência de instrução sobre o acidente que resultou na morte do publicitário baiano, Daniel Prata. Prevista para esta quinta-feira (3), no Fórum Criminal, localizado no bairro de Sussuarana, em Salvador, a audiência foi remarcada para o dia 2 de fevereiro do próximo ano.
 
O rapaz, de 29 anos, morreu após o carro que conduzia ser atingido pelo veículo do advogado Roberto João Starteri Sampaio Filho, no Itaigara, no dia 8 de novembro de 2014.
 
“Foi um problema de cartório. Faltaram alguns documentos. Tiveram testemunhas do advogado que não compareceram. Isso interessa para eles. Mas as testemunhas saíram todas intimadas”, disse a mãe do publicitário, Graça Paschoalick Prata, ao Bocão News.
 
Para o próximo dia 8, quando a morte do publicitário completa dois anos, Graça Paschoalick promete fazer uma missa em homenagem ao filho. “A gente vai fazer lá na Igreja da Vitória. Não será apenas para amigos e parentes, mas também para todas as famílias que perderam seus entes queridos”, revela.
 
 
Durante a conversa, Graça Paschoalick comentou também sobre o estado de saúde da médica Luciana Tavares, que estava no carro do publicitário quando o acidente aconteceu.
 
“Ela está em recuperação. Já recobrou a memória. Está andando, mas ainda tem problemas neurológicos e funcionais. Está em casa recebendo atendimento em várias áreas, fazendo fisioterapia, porque ficou em coma por muito tempo. A família é muito religiosa, ela está se recuperando. E ela quer muito voltar a trabalhar”, detalha.
 
De acordo com inquérito policial, finalizado dez meses após o caso, o suspeito da morte, o advogado e professor universitário Roberto João Starteri Sampaio Filho, cometeu homicídio doloso contra Daniel e lesão corporal grave contra a médica Luciana Tavares. Em novembro do ano passado, o Ministério Público do Estado da Bahia ofereceu à Justiça uma denúncia contra o advogado e pediu a decretação de sua prisão preventiva.
 
Segundo o advogado da família de Daniel, Bruno Nova, a conclusão do inquérito foi baseada nas imagens de câmeras de vigilância da Avenida ACM, onde ocorreu o acidente, e da boate em que Roberto estava antes do acidente. O defensor da vítima ainda diz que o suspeito se negou a fazer teste de bafômetro no dia do acidente com o argumento de não produzir provas contra si mesmo.
 
O advogado de Roberto, Sérgio Habib, contestou que as provas indiquem embriaguez. Ele defende que muitos aspectos do processo podem influenciar na decisão do Ministério Público. Roberto responde ao inquérito em liberdade, após ficar detido preventivamente por três dias em cela especial na Polícia Interestadual (Polinter), no bairro dos Barris, logo depois do acidente. 
 
O caso foi investigado pelo delegado Nilton Tormes, titular na 16ª Delegacia, que afirmou na época do acidente que o professor já foi flagrado dirigindo sob o efeito de álcool em outra oportunidade, após ter provocado um acidente, e também já se envolveu em uma briga generalizada no interior baiano. No entanto, o advogado de Roberto afirmou à época que ele não tem antecedentes criminais.
 
Quando o acidente aconteceu, a Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador) informou que a caminhonete dirigida pelo professor bateu na lateral do veículo conduzido pelo publicitário, que capotou em seguida. O carro de Daniel ficou completamente destruído.
 
 
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