Justiça
Publicado em 31/01/2019, às 11h11 Reprodução/Arquivo pessoal e TV Bahia Vinícius Ribeiro
A voz do vigilante Robenilton de Jesus Barreto, de 37 anos, continua embargada. Ele afirma ficar “sem chão” toda vez que lembra da filha, a menina Mirela do Carmo Barreto, de apenas 6 anos. A garota morreu após ser baleada na varanda de casa, na localidade da Gomeia, no bairro de São Caetano, periferia de Salvador, no dia 17 de março de 2017. Desde então, a família da criança tenta se confortar na esperança de cumprimento da justiça.
“Estou vivendo momentos terríveis de minha vida e esta sensação de impunidade só faz piorar esse sofrimento”, afirma Robenilton ao BNews. Após quase 2 anos do ocorrido, o pai da criança aguarda com aflição e sintomas de depressão o julgamento do responsável pelo crime.
SEM DATA - Após a intimação, o réu apresentou defesa em abril de 2018. “Posteriormente, o processo foi remetido ao MP-BA, uma vez que a defesa do réu arguiu preliminares. A partir daí, se fez necessário ouvir o órgão novamente. Isso aconteceu em junho de 2018, e no mesmo mês houve a manifestação do MP quanto a arguição. Agora, o processo está justamente na fase de designação de audiência. Contudo, ainda não há uma data para a realização da mesma”, informou o TJ, em nota enviada ao BNews.
Ao saber da falta de uma data para a audiência de instrução, depois de quase 2 anos, Robenilton diz que, “na condição de pai, o sentimento é de tristeza, dor e injustiça”.
TROCA DE TIROS - A guarnição do policial tinha ido ao local para tentar, seguindo informações de GPS, recuperar um celular recém-roubado de um homem. À época, por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que os militares foram recebidos a tiros por criminosos. Ainda conforme a pasta, houve revide aos supostos disparos.
Segundo consta na denúncia do Ministério Público, oferecida pela promotora de Justiça Armênia Cristina, o policial efetuou três tiros contra a sacada (foto abaixo) onde Mirela estava acompanhando a mãe, a dona de casa Edneide Barbosa (que estendia roupas), e olhava o movimento na rua, “sem ter havido qualquer evidência de troca de tiros”.
TRABALHO INTERNO - Também procurada pela reportagem, a Polícia Militar, por meio do Departamento de Comunicação Social (DCS), informou que a denúncia formulada pelo MP partiu de Inquérito Policial Militar (IPM).
Ainda segundo a PM, um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) foi concluído pela Comissão Processante e encaminhado para a relatoria para que seja publicada a solução.
Após o crime, o policial militar Aldo Santana foi indiciado e chegou a passar um tempo afastado dos serviços. Porém, segundo a PM-BA, atualmente o policial segue trabalhando internamente em uma unidade.
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