Justiça
Publicado em 07/03/2023, às 08h21 Auditoria-Fiscal do Trabalho/Divulgação Cadastrado por Bernardo Rego
Um idoso, de 74 anos, foi resgatado de uma fazenda onde vivia em situação análoga à escravidão, na cidade de Bueno Brandão (MG). João, como é conhecido, estava naquela situação há pelo menos 40 anos. O mineiro morava em uma casa rústica com iluminação precária e sem higiene.
No local não tinham portas para evitar a entrada de animais silvestres, além disso o idoso tinha que dormir sobre espuma velha de colchão e consumir água diretamente da torneira. A operação aconteceu entre os dias 24 e 30 de janeiro e foi coordenada por Auditores-Fiscais do Trabalho do Grupo Especial de Fiscalização Móvel, vinculados à Secretaria de Inspeção do Trabalho.
O auditor do trabalho Filipe Nascimento, que participou do resgate, afirmou ter sido profundamente tocado por tudo o que vivenciou. “O lugar em que estava era muito bonito para passear, você olha os casebres e não imagina que tinha um senhor que trabalha lá dentro em situações degradantes. Quando ele nos contou que vivia ali há 40 anos, aquilo me tocou muito. Ele poderia ser o pai de qualquer um de nós”, pontuou.
O idoso, que é portador de deficiência visual e cognitiva, trabalhava em troca de comida, sem receber qualquer tipo de remuneração. “Por sua condição cognitiva, ele não tomava banho, não sabia o dia da semana que era, não sabia quem era o presidente do país. O proprietário alegou que João era da família, mas ele definitivamente não era. Ele era tratado como uma propriedade, um bicho, era ridicularizado por todos que estavam ali e chegou a ser apelidado de ‘João do Brejo'”, salientou Nascimento.
Após ser resgatado, João foi submetido a avaliação médica e atualmente reside na casa de repouso Recanto Santa Luzia, em Bueno Brandão. As informações são do BHAZ.
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