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Vinícola flagrada com trabalho escravo tinha selo “ótimo lugar para trabalhar”

Cerca de 210 funcionários de uma terceirizada pertencente à vinícola foram resgatados  |  Google Street View/Reprodução

Publicado em 27/04/2023, às 09h17   Google Street View/Reprodução   Cadastrado por Pedro Moraes

A vinícola Aurora, empresa flagrada com benefício do uso de trabalho escravo, na cidade de Bento Gonçalves, no estado do Rio Grande do Sul, ostenta um item que contradiz a atitude negativa da empresa. Uma das certificações concedidas à companhia “Great Place to Work", diz, em tradução livre, que a vinícola é um "ótimo lugar para trabalhar". 

Com a descoberta do caso, cerca de 210 funcionários de uma terceirizada foram resgatados. Outra envolvida no caso dos escravizados da uva, a Salton, é signatária do Pacto Global da ONU, que deseja o "trabalho digno para todos", de acordo com informações divulgadas pelo portal Uol.

Na adesão, um dos compromissos formais fixado é "tomar medidas imediatas e eficazes para erradicar o trabalho forçado, acabar com a escravidão moderna". Acima de tudo, essas contradições expõem o mercado de certificações e suas limitações para analisar o desempenho das empresas certificadas. 

Identificada com a sigla GPTW e presente em mais de 90 países, a certificação dada pela empresa Great Place to Work traduz uma espécie de guia para aqueles que desejam entrar no mundo corporativo ou trocar de emprego para alavancar a carreira.  

Sendo assim, a Great Place to Work optou pela paralisação momentânea da certificação da Aurora até que um "desfecho oficial do processo investigativo" seja oficializado, ainda conforme a publicação.

 

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