BBB 24: Ativista baiano reflete sobre fala problemática de Davi: 'é uma expressão homofóbica'

Após a repercussão da fala problemática do baiano Davi Britto, um dos confinados do BBB 24, o jornalista e ativista baiano Onã Rudá realizou uma reflexão sobre o comportamento do brother e a repercussão da reação das pessoas ao momento.

Na tarde desta segunda-feira (15), o ativista compartilhou em seu Instagram um vídeo em que falava sobre as problemáticas presentes não apenas na fala do participante do reality show, mas também na forma como o público recebeu a expressão homofóbica.

"Eu acordei com expressões extremamente homofóbicas tratadas como expressões de linguagem popular, comum, como se uma coisa anulasse a outra. Como se o fato da galera da favela usar essa expressão que ele usou, de que ele 'é homem, não viado', mudasse o fato de que ela é sim preconceituosa, de que ela é uma expressão que vem do contexto de negação de uma identidade", iniciou Onã.

O ativista, que também é o idealizador da LGBTricolor, torcida organizada que busca a inclusão da diversidade no futebol, apontou o comportamento de famosos nas redes sociais, que estão "passando pano" para a situação. "A gente vê comunicadores, professores e gente em sua maioria hetero, mais entendidos de lgbtfobia do que quem estuda e vive e é alvo dessa violência", desabafou.

"Então, gente, só para não ficar dúvidas. Sim, é uma expressão homofóbica, tal qual o 'lá ele', e tudo que vocês usarem em um contexto, que ainda que possa parecer popular, amplo, cultural e arraigado na sociedade, mas nega uma identidade, e essa identidade já é alvo de outras violências sociais, estruturais e estruturantes, então você está promovendo uma perpetuação de um contexto de violência. Ainda que pareça sutil, ainda que não seja você a pessoa que vai lá e agride, você está ajudando a reforçar a ideia de que a identidade tem algo de ruim consigo, e que ela não deve ser explorada, vivida, vivenciada", explicou Rudá.

Onã finalizou demonstrando seu apoio a Davi, mas salientando a importância desse tipo de comportamento não se repetir. "Eu não estou falando do ato em si, eu estou falando do sujeito, das identidades, entendem? É uma expressão homofóbica, ele se desculpou, que bom que se desculpou, estou torcendo por ele, espero que ele não vacile mais porque ele não precisa dessa baixaria, tem jogo para poder fazer na casa", finalizou.

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