Justiça derruba show de Léo Lins com piadas sobre minorias; Flávio Bolsonaro chama decisão de "censura"

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) determinou que o comediante Leo Lins retirasse do ar o especial de comédia "Perturbador", após pedido do Ministério Público (MP-SP). O órgão entrou com a ação por considerar que o show de humor tem piadas ofensivas contra minorias.

Leo Lins foi notificado sobre a decisão no último sábado (13). Ele tinha até 72 horas para retirar o especial e acatou o pedido às 15h da última terça--feira (16), no limite do prazo dado pela Justiça.

De acordo com a juíza Gina Fonseca Correa, o vídeo estaria "reproduzindo discursos e posicionamentos que hoje são repudiados", como piadas sobre escravidão, perseguição religiosa e outras minorias.

Ainda na decisão,  a magistrada ordenou que o humorista não transmita, publique ou mantenha em determinados dispositivos arquivos de "conteúdo depreciativo ou humilhante em razão de raça, cor, etnia, religião, cultura, origem, procedência nacional ou regional, orientação sexual ou de gênero, condição de pessoa com deficiência ou idosa, crianças, adolescentes, mulheres, ou qualquer categoria considerada como minoria ou vulnerável".

A defesa de Leo Lins irá recorrer da decisão, pois entende que ela "configuraria censura prévia, o que é proibido pela Constituição".

Em suas redes sociais, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) criticou a decisão e afirmou que o Brasil "está sob censura nunca antes vista em nossa história". 

"O Brasil está sob censura nunca antes vista em nossa história. O último bastião para resistir aos ataques à democracia é o Congresso Nacional, onde não há quem não tenha chegado pelo voto popular.
Hora de os eleitores fiscalizarem e cobrarem seus deputados e senadores sobre como se posicionam sobre o tema", declarou.

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