Netflix leva golpe milionário de diretor; confira

A Netflix desembolsou mais de US$ 55 milhões por uma série de ficção científica que nunca chegará aos olhos do público. ‘Conquest’, idealizada pelo diretor Carl Erik Rinsch, foi interrompida devido aos hábitos curiosos e comportamentos peculiares do cineasta, que deu um verdadeiro “calote” na empresa, segundo reportagem do The New York Times. 

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Em 2018, Rinsch vendeu Conquest para a Netflix em um leilão acirrado, que envolveu propostas de outras plataformas de streaming, como Amazon, HBO Max e Apple. Na ocasião, o diretor apresentou alguns episódios curtos aos compradores, finalizados com financiamento da produtora 30West e do ator Keanu Reeves, o Neo de Matrix, que também investiu no projeto. 

A trama de Conquest explorava um futuro onde um cientista cria uma inteligência artificial quase indistinguível da humanidade, desencadeando um conflito global ao enviá-la para intervir em áreas de tensão mundial. No entanto, após o contrato com a Netflix, o comportamento de Rinsch tornou-se imprevisível, resultando em controvérsias e desafios para a produção.

Após gastar US$ 46 milhões em filmagens ao redor do mundo, incluindo São Paulo, Rinsch pediu mais US$ 11 milhões à Netflix, gerando uma disputa sobre o roteiro. Após ceder a quantia, o diretor investiu parte desse dinheiro no mercado de ações, fazendo uma série de apostas arriscadas que não deram certo. Ele teria perdido US$ 6 milhões em questão de dias. 

Em mensagens trocadas com executivos da Netflix nesta mesma época, Rinsch demonstrou um estado mental ainda pior, com teorias “malucas”, afirmando ser capaz de prever onde raios iriam cair, quando vulcões entrariam em erupção, e em quais padrões a covid-19 iria se espalhar pelo mundo. 

Com o resto do dinheiro que lhe sobrou da Netflix, o diretor investiu na criptomoeda Dogecoin - e, dessa vez, tirou a sorte grande. De acordo com documentos de divórcio acessados pelo Times, Rinsch liquidou sua posição em maio de 2021, lucrando US$ 27 milhões no processo.

O que ele fez a seguir foi torrar quase um terço desse dinheiro (US$ 8.5 milhões) em itens de luxo, incluindo um relógio de mais de US$ 350 mil, nada menos do que seis carros esportivos (cinco Rolls-Royces e uma Ferrari), além de roupas e móveis extravagantes.

A Netflix encerrou oficialmente a parceria com Rinsch após seus investimentos controversos, permitindo que ele tentasse vender Conquest a outras emissoras interessadas. No entanto, em resposta, o diretor processou a empresa, alegando que o dinheiro gasto era contratualmente seu e que a plataforma ainda lhe devia US$ 14 milhões do acordo inicial.

O caso agora está em arbitragem no sistema judicial americano, com Rinsch afirmando que os itens comprados seriam incorporados à série, enquanto a Netflix argumenta que o pagamento estava vinculado ao cumprimento de metas de produção não alcançadas pelo diretor. O destino de Conquest permanece incerto.

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