Política
Publicado em 24/09/2015, às 19h07 Juliana Nobre (Twitter: @julianafrnobre)
Limado das possibilidades para ingressar em uma nova legenda, Nilo mudou a estratégia e quer continuar no PDT, mas sob seu comando. Contudo, sua condição continua sendo a saída do atual presidente, deputado federal, Félix Mendonça Jr. Conforme informações obtidas pela reportagem, o principal articulador no Palácio do Planalto do processo para entregar o PDT a Nilo e retirar o partido das mãos do prefeito ACM Neto é o ministro da Defesa, Jaques Wagner (PT).
Nilo se encontrou na última segunda-feira (21), em Brasília, com o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi e clamou pela permanência na legenda. “Conversamos, e ele me falou sobre a dificuldade de ir para outros partidos. Disse que queria permanecer. Tenho uma boa relação com ele, mas fica difícil aceitar quando a condição dele é a saída de Félix”, disse Lupi ao Bocão News, nesta quinta (24). De acordo com o dirigente, não há possibilidade de retirar Félix Jr. da presidência da sigla. Contudo, a legenda na Bahia passará por convenções estaduais e municipais, abrindo viabilidades para troca do comando no estado.
Enquanto isso, Félix Mendonça Jr., atual presidente do PDT na Bahia e desafeto de Marcelo Nilo, nega qualquer tipo de movimentação para substituí-lo do posto. “Ninguém me falou nada sobre isso. Estou numa situação provisória, como presidente, mas se o presidente tivesse que mudar, é uma opção. Isso é coisa de Marcelo Nilo querendo aparecer. Uma hora diz que tem o partido, depois que vai sair e agora quer voltar?”, alfinetou.
Além da presidência do PDT, que garantia o partido na base do governador Rui Costa (PT), o presidente da Alba articula com o PT o sexto mandato ininterrupto na presidência do Legislativo, totalizando 12 anos no poder. Conforme antecipado pela coluna “Na Sombra do Poder”, Nilo contará com os deputados petistas para garantir o hexa e, para isso, basta apenas dividir cargos da Mesa Diretora da Casa com o PT, que tem a maior bancada.
Apesar dos envolvidos negarem, o que circula nos corredores da Alba é que realmente existem articulações de Nilo com a bancada petista. Inclusive, com alguns parlamentares indignados com a informação. Um deputado confidenciou à reportagem que o burburinho vem crescendo, mas que é preciso rever a concessão de mais um biênio a Nilo. “Sem a presidência da Alba, sem o PDT e sem um partido de peso, o projeto político de Marcelo Nilo se fragiliza”, disse o parlamentar, que não quis se identificar.
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