Política
Publicado em 26/09/2023, às 16h19 Reprodução / TV ALBA Lula Bonfim
A deputada federal Fabíola Mansur (PSB) subiu à tribuna da Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) nesta terça-feira (26) para criticar o deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante-BA), que tem atuado no Congresso Nacional para proibir a união civil homoafetiva, entre pessoas do mesmo sexo.
Fabíola lembrou o princípio da laicidade do Estado, presente na Constituição Federal, que separa as decisões de ordem pública daquelas de origem religiosa. Segundo ela, a atuação de alguns parlamentares em Brasília contra o casamento igualitário é hipócrita.
“Nós temos que lembrar que este é um estado laico e que nós temos que ter a Constituição como nossa Bíblia. Não dá para a gente ter falas LGBTfóbicas para ganhar voto ou ter exposição no tempo da mídia, como fez um deputado federal da Bahia, infelizmente”, criticou a deputada estadual.
“Usar a Bíblia em um estado laico para ser contrário ao casamento homoafetivo é hipócrita. Não estamos falando de casamento religioso. Estamos falando de casamento e união estável para garantir direitos civis, sucessão familiar e herança. Isso está já deliberado pelo Supremo Tribunal Federal”, complementou Fabíola.
A parlamentar do PSB afirmou que também é cristã, mas defendeu que a Bíblia não pode ser aplicada absolutamente nos tempos de hoje. Fabíola lembrou que alguns personagens importantes do texto bíblico também tiveram famílias não-tradicionais.
“O modelo de família da Bíblia pode ser o de Abraão, com um marido, três esposas e várias concubinas. Ou seria o modelo do Rei Davi, com um marido, oito esposas e 20 filhos? Ou talvez o modelo de Salomão, com um marido, 700 esposas e 300 concubinas”, pontuou Fabíola.
A socialista também aproveitou seu espaço para elogiar o deputado federal Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), que, mesmo sendo religioso, defendeu o casamento igualitário no Congresso Nacional e repudiou os posicionamentos de Isidório.
“Não dá para a gente impedir direitos civis garantidos no estado laico por causa de fanatismo religioso. O casamento é civil. Não dá para que a nossa Casa legislativa seja uma extensão da igreja. Modelos teológicos, como dizia o Pastor [Henrique Vieira] no seu belo discurso, são para ser debatidos na igreja”, afirmou Fabíola.
“Nenhum cristão que se preze pode admitir pautas de ódio, de intolerância, usando hipocritamente textos da Bíblia”, finalizou.
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