Política
Publicado em 23/04/2023, às 16h40 - Atualizado às 16h49 Will Shutter/Câmara dos Deputados Cadastrado por Yuri Abreu
O ministro da Justiça, Flávio Dino, criou uma crise com o Congresso Nacional ao barrar, para uma vaga de desembargador do Tribunal Regional Federal (TRF-1), o nome do juiz federal João Carlos Mayer Soares.
O magistrado, segundo a colunista Andreia Sadi, do G1, conta com o apoio da classe política de diferentes partidos e, até, adversários políticos como o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e o senador Renan Calheiros (MDB-AL), assim como da presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann.
Mayer é paranaense e procurou Gleisi para pedir apoio. O nome dele levado por Lira, além de Flávio Dino, ao ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.
Dino, segundo aliados de Lira, teria dito que levaria ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não apresentando nenhuma resistência naquele momento. No entanto, no final de sexta-feira (21), Lira foi informado de que o nome foi barrado por Dino.
O argumento para a negativa, conforme interlocuores do ministro da Justiça, é o de que João Carlos Mayer Soares seria "bolsonarista" e teria proximidade com Anderson Torres, ex-ministro. Dino, inclusive, recebeu fotos dos dois juntos, o que foi minimizado por uma ala do Planalto.
No entanto, o veto irritou o campo de Lira e também do MDB no Senado. A insatisfação com Dino foi relatada ao Planalto e aos líderes do Congresso. Por sua vez, a expectativa sobre a escolha de Mayer (ou não) seja definida pelo presidente Lula. O martelo deve ser batido pelo mandatário quando ele retornar da viagem a Portugal e Espanha.