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Polícia Federal cumpre mandado de busca e apreensão contra Jair Bolsonaro

Nesta manhã, foram presos o ex-assessor especial de Bolsonaro, Filipe Martins; e Marcelo Câmara, coronel do Exército  |  Marcelo Camargo / Agência Brasil

Publicado em 08/02/2024, às 08h08 - Atualizado às 08h42   Marcelo Camargo / Agência Brasil   Redação

Jair Bolsonaro (PL) é um dos alvos da Operação Tempus Veritatis ("A Hora da Verdade"), deflagrada pela Polícia Federal (PF), na manhã desta quinta-feira (8). A ação investiga a participação do ex-presidente, ex-ministros e ex-assessores dele por tentar dar um golpe de Estado no país e invalidar as eleições de 2022, vencidas pelo atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os agentes apreenderam o passaporte e aplicaram outras medidas restritivas ao ex-presidente. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, deu 24 horas para o ex-presidente entregar o seu passaporte.

Nesta manhã, foram presos o ex-assessor especial de Bolsonaro, Filipe Martins; e Marcelo Câmara, coronel do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família Bolsonaro. Há mandados de prisão também contra Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército; e Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército.

Além de Jair Bolsonaro, são alvos o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e os ex-ministros Braga Netto (Casa Civil), Anderson Torres (Justiça), Augusto Heleno (GSI) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa). São feitas buscas também contra o general Paulo Sérgio Nogueira, ex-comandante do Exército; o almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha; general Stevan Teófilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército; e Tércio Arnaud Thomaz, ex-assessor de Bolsonaro e considerado um dos pilares do chamado "gabinete do ódio".

No total, são cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas.

De acordo com a polícia, a ação investiga uma "organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder". A operação ocorre nos estados do do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.

Nesta fase, as apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, para viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.

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