Política

Presidente do PSB diz que PT não se mobilizou para impedir impeachment de Dilma

"se metade da bancada do PSB votasse contra, não teria havido impeachment", afirmou Siqueira, que também se arrependeu de votar favor da destituição  |  Reprodução/ Vídeo UOL

Publicado em 17/02/2022, às 23h16   Reprodução/ Vídeo UOL   Redação

O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, deu uma entrevista polêmica nesta quinta-feira (17), afirmando que não foi procurado por nenhum dirigente do PT, em 2016, para dar apoio contra o impeachment da então presidenta da República, Dilma Rousseff. O depoimento foi dado ao programa UOL Entrevista.
 
 
Questionado sobre um possível arrependimento do partido ter apoiado o impeachment, pela jornalista Fabiola Cidral, já que atualmente o PSB está fazendo uma aliança com o PT, Siqueira explica: “toda discussão sobre o impeachment, o Partido Socialista Brasileiro, através da sua direção, não foi buscado pelo presidente, na época, o seu Rui Falcão. Não deu um telefonema, nunca na vida sobre isso. A presidente Dilma mandou, faltando três ou quatro dias para o impeachment, o seu ministro de Relações Institucionais para oferecer Ministério”.
 
 
Siqueira finalizou o assunto fazendo uma reflexão sobre o processo: “Nós poderíamos ter evitado. Se metade da bancada do PSB votasse contra, não teria havido impeachment (...) “Eu faço uma autocrítica. Eu acho que foi um erro [apoio ao impeachment]”. 
 
 
Quando perguntado sobre porque o PT não o procurou, o presidente do partido afirma que essa resposta deve ser dada pelo antigo líder do PT, Rui Falcão.
 
 
Confira a transcrição completa de Siqueira sobre esse assunto:
 
 
“O impeachment é, antes de tudo, uma questão política ... Quando a Dilma assumiu o segundo mandato, ninguém ouvia mais a presidente da República. E as ruas foram enchendo de gente. (Inaudível) Só se mobilizou contra ela, porque ela estava fraquíssima. Ela chegou no chão. Então o Congresso Nacional não faz impeachment de ninguém se não for feito nas ruas, e foi o caso da Dilma. (...) Nós fomos empurrados. Eu quero revelar uma coisa que vocês não vão acreditar: toda discussão sobre o impeachment, o Partido Socialista Brasileiro, através da sua direção, não foi buscado por um presidente. Na época, o seu Rui Falcão, não deu um telefonema, nunca na vida sobre isso. A presidente Dilma mandou, faltando três ou quatro dias para o impeachment, o seu ministro de Relações Institucionais para oferecer Ministério. Eu disse, ‘ô [Ricardo] Berzoini, o PSB não é o PMDB. O PSB não está procurando Ministério. O PSB quer uma mudança na política econômica, que ela [Dilma] entregou a um banqueiro- o senhor Levi- para fazer políticas que não tem a ver com a esquerda, nem com o governo dela, nem com as nossas ideias. Nós queremos mudança nas relações políticas, porque ela não se relaciona nem oposição, nem com a base’, porque nós éramos base da Dilma. Nós não apoiamos ela, mas quando ela foi tomar posse, me convidou, fui lá, apertei a mão dela e ela disse assim: preciso falar com você! E eu disse: presidente, eu estou à disposição! (... )mas eu nunca fui chamado. Ninguém nunca chamou, ninguém nunca procurou o PSD. Nós poderíamos ter evitado. Se metade da bancada do PSB votasse contra, não teria havido impeachment".
 
 
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