Política

Aliança entre PT e PSB para 2022 enfrenta resistência em quatro estados

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Em Pernambuco, reduto do atual prefeito de Recife, João Campos, PT e PSB protagonizaram uma disputa aspirada nas últimas eleições municipais   |   Bnews - Divulgação Divulgação/PSB

Publicado em 24/06/2021, às 10h58   Redação BNews


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A reaproximação entre PT e PSB, com vistas a fortalecer a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para as eleições de 2022, deve encontrar dificuldade em ao menos quatro estados.

De acordo com informações do jornal O Globo, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Espirito Santo e São Paulo são obstáculos aos aliados de Lula, na legenda, que querem trabalhar por uma unidade da esquerda na eleição presidencial do ano que vem organizada em torno do ex-presidente.

Pernambuco foi, em 2020, palco da principal rixa entre PT e PSB nas eleições municipais, quando os primos Marília Arraes (PT) e João Campos (PSB), atual prefeito do Recife, trocaram duros ataques. 

Com Marília enfraquecida no PT após conquistar uma cadeira na Mesa Diretora da Câmara sem apoio da sigla, o governador Paulo Câmara (PSB) e o senador Humberto Costa (PT) têm trabalhado para tentar fechar as feridas no estado. Campos, no entanto, resiste à aliança.

Ele é namorado da deputada Tabata Amaral, que procura nova legenda após conseguir a desfiliação do PDT e reluta em embarcar numa sigla que orbite em torno do PT. Campos tem dito que é cedo para definir o rumo do PSB.

Já o Rio Grande do Sul é considerado o estado em que o PSB mais se distanciou de suas raízes de esquerda, e integra o governo de Eduardo Leite (PSDB). O ex-presidente estadual do PSB, José Stédile, é secretário estadual de Obras e Habitação. Leite trabalha para se viabilizar como candidato tucano a presidente no próximo ano.

O Espírito Santo, por sua vez, é governado por  Renato Casagrande (PSB), que afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo tem, que gosta da ideia de achar um caminho de uma outra candidatura, em que o PSB possa ser protagonista desse processo.

O senador Fabiano Contarato (Rede) é um nome que pode interferir nessa aliança local. Ele recebeu convite para se filiar tanto ao PT quanto ao PSB, e sua eventual candidatura ao governo do estado pode prejudicar os planos de reeleição de Casagrande. Avalia-se que o governador, por essa razão, evite se posicionar pró ou contra Lula.

Por fim, em São Paulo, o PSB está nas mãos do grupo de Márcio França, cuja candidatura a prefeito de São Paulo em 2020 foi lançada com apoio de Ciro. França, que foi vice de Geraldo Alckmin (PSDB) entre 2014 e 2018, tem planos para repetir a chapa em 2022.

O movimento de realinhamento da legenda ao PT foi formalizado pelo PSB com a filiação do governador do Maranhão, Flávio Dino, e do deputado federal Marcelo Freixo. Ambos aderiram a legenda  conjuntamente na última terça-feira (22), em evento transmitido ao vivo nas redes sociais. 

Dentro do PSB, a avaliação, segundo o periódico, é de que a candidatura do petista é a mais forte para representar o campo. Em entrevista ao jornal, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, garantiu que o partido fará oposição direta ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Assim, a sigla irá apoiar o candidato à presidência que tiver "melhores condições" de derrotar o atual mandatário. Anteriormente, o PSB vinha caminhando para formar uma terceira via. Desde 2019, a legenda integra bloco com PDT, Rede e PV, que já conta com a pré-candidatura de Ciro Gomes.

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