Política

Saiba quanto os passeios de Jair Bolsonaro custavam em média aos cofres públicos

  |  Clauber Cleber Caetano/PR

Publicado em 23/01/2023, às 14h41 - Atualizado às 14h48   Clauber Cleber Caetano/PR   Cadastrado por Yuri Abreu

Uma das marcas registradas da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ao longo dos últimos quatro anos, foram as motociatas e as viagens a lazer por diversas cidades pelo país. Esses eventos tinham como único propósito promover a figura do ex-presidente sem qualquer ação pública a ser anunciada.

Essas iniciativas do liberal, que era acompanhado por até 300 militares, tinham o custo médio de R$ 100 mil aos cofres públicos. É o que revela um levantamento de mais de duas mil notas fiscais feito pelo Estadão em parceria a Fiquem Sabendo, agência de dados especializada no acesso a informações públicas.

Os documentos detalham que as viagens de Bolsonaro para promoção pessoal representavam despesas volumosas, tanto com a hospedagem de cerca de 30 servidores públicos que partiam de Brasília, como com a alimentação de aproximadamente 300 pessoas que davam suporte no local de destino.

Um passeio de moto de Bolsonaro no Rio, por exemplo, em maio de 2021, custou R$ 116 mil, contando com o suporte local de policiais militares, tropa de choque, socorristas e agentes do Exército. Em alguns deslocamentos, mais de 200 integrantes das Forças Armadas chegaram a ser empregados. Os nomes de cada um deles constam das prestações de contas.

Essa tropa explica, ao menos em parte, inclusive os gastos repetidos. Foi comum, por exemplo, a aquisição de 300 lanches a R$ 30 cada – totalizando R$ 9 mil por turno de trabalho. O kit consistia em um ou dois sanduíches de presunto e queijo, uma bebida, como suco ou refrigerante, e uma fruta. Como os funcionários chegavam a fazer mais de 9 horas de prontidão por dia, eram alimentados três vezes – café, almoço e jantar.

Nos registros analisados, na maior parte das vezes Bolsonaro não pernoitava no local: saía de manhã de Brasília e voltava no mesmo dia. As exceções evidentes eram os períodos de férias e lazer.

É o caso de uma das hospedagens em São Francisco do Sul (SC), em fevereiro de 2021. O então presidente ficou com familiares e assessores no Forte Marechal Luz, pertencente às Forças Armadas. Mas a hospedagem de quatro dias ficou em quase R$ 9 mil. Reparos em jet-skis e lanchas que ficaram avariadas durante o passeio custaram mais de R$ 5 mil.

Também foi realizada a locação de serviços de antena parabólica e TV por assinatura. Durante essa viagem de quatro dias, as compras de supermercados chegaram a R$ 48 mil.

Bolsonaro costumava dizer que essas hospedagens em instalações militares tinham “custo zero” para os cofres públicos.

Classificação Indicativa: Livre


Tags Rio de Janeiro militares Jair Bolsonaro cartão corporativo motociata são francisco do sul

Leia também


Açougueiro morre após ataque de porco em abate


Abrigo de animais passa por sufoco após precisar deixar sítio que abriga cerca de 300 pets: "É desanimador"


Ex-presidente recebe críticas após comentar situação dos yanomamis