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Em meio à fatalidade, foliões se “fantasiam” de Coronavírus e ultrapassam limite da criatividade

Imagem Em meio à fatalidade, foliões se “fantasiam” de Coronavírus e ultrapassam limite da criatividade
Bnews - Divulgação

Publicado em 22/02/2020, às 19h08   Yasmim Barreto*


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Que o povo baiano tem criatividade e um jeito único em suas relações interpessoais, todo mundo sabe. E quando chega a maior festa de rua do mundo, o Carnaval de Salvador, essas características ficam ainda mais evidentes: na paquera, na forma de curtir a festa ou nas fantasias, sejam elas de “diabinha”, anjo, bombeiro, pirata, onça. Enfim, as possiblidades são infinitas. 

No entanto, o que alguns foliões parecem esquecer é que, até para se divertir, é necessário ter consciência, empatia e responsabilidade. Desde os pré-carnavais, em algumas coberturas, tenho presenciado a ausência desses requisitos que, para mim, são essenciais para cada natureza humana.

Com 76.288 casos confirmados de infecção pelo novo Coronavírus, sendo 2.345 registros de mortes, na China, e aproximadamente 26 países em cinco continentes infectados pelo vírus, uma parcela do público que está nos circuitos da festa momesca da capital baiana achou uma boa ideia construir narrativas cômicas através de fantasias que remetem ao Coronavírus.

“Coroa Vírus”, vestiu uma foliã, com uma placa; “Corona Vírus” remetendo a marca de cerveja; e outros foliões que saíram às ruas vestidos com luvas e máscaras hospitalares, fazendo alusão à doença infecciosa.  

Acredito que, com tanta capacidade de inovar e criar, não há a mínima necessidade de utilizar de algo que está matando pessoas, [eu disse: m-a-t-a-n-d-o pessoas], pela ânsia do “lacre”, que as redes sociais influenciam e instigam. Pelo contrário, o efeito reverso é real, o “close” errado é perceptível.  

*Yasmim Barreto é jornalista no site BNews e pesquisadora de saúde sexual de mulheres lésbicas e bissexuais

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