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Dialogar é preciso

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Bnews - Divulgação

Publicado em 19/03/2019, às 09h50   Guilherme Reis*


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“Um orgasmo masculino dura de 6 a 10 segundos. O que tem de gente que troca uma relação de meses/anos por conta dessa fração é algo bizarro”.

É uma reflexão que dia desses viralizou nas redes sociais, compartilhada por tantos amigos e seguidores que me bateu a vontade de lhes pedir que parassem. Chega, todos já entendemos o recado. Trair não é legal e destrói qualquer relação em que pese a confiança. 

Embora eu reconheça certa verdade contida nessa filosofia de botequim, não pude deixar de torcer o nariz. O que, aliás, tem sido recorrente quando ouço falarem do assunto. 

É comum esquecermos outros fatores intrínsecos aos relacionamentos, muitos dos quais talvez sejam até mais importantes do que a romântica fidelidade preconizada pelas clássicas histórias de amor.

Queiramos ou não, os seres humanos são animais dotados de instintos e impulsos. Até acredito na existência de casais que passam a vida inteira sem pular a cerca. Mas é improvável que, ao longo de tantos anos, alguma das partes não se sinta atraída por alguém aleatório - e frustrada por não poder dar cabo do seu desejo. E isso não significa que ame pouco o companheiro ou a companheira; é apenas a natureza operando como foi feita para operar. 

Quando ocorre, a traição é quase sempre uma tragédia, pessoal ou até mesmo familiar. A raiva subjuga o amor, a mágoa dizima o companheirismo. Mesmo que não termine, a relação jamais será como antes.

O que falta no fim das contas é coragem para dialogar, colocar na mesa o que se sente e o que se deseja. Se todos os casais tivessem maturidade para, no início do relacionamento, acordar o que será ou não permitido, os laços seriam mais sólidos e duradouros. Poderíamos estar mais seguros do quanto somos amados e desejados, e daríamos um basta nos ciúmes, sentimento que só traz destruição.

*Formado pela Universidade Federal da Bahia, Guilherme Reis é repórter do site BNews e subeditor de Política do jornal Tribuna da Bahia. Tem passagens pela rádio Educadora FM e pelo portal iBahia.com. Em 2014, ganhou o Prêmio Sebrae de Jornalismo.

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