Polícia

Operação Tabapy: Policial Militar é preso em ação de combate ao contrabando de cigarros no Sudoeste baiano

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De acordo com o delegado Flávio Márcio Albergaria, chefe da Polícia Federal de Vitória da Conquista, o agente de segurança lotado no município de Guanambi realizava a escolta de cargas de contrabandeadas  |   Bnews - Divulgação Reprodução/PrintScreen/Microsoft Teams

Publicado em 17/08/2021, às 12h14   Marcos Maia


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Um policial militar foi preso durante a operação Operação Tabapy, deflagrada pela Polícia Federal (PF), em parceria com o Ministério Público Federal (MPF), na manhã desta terça-feira (17). 

De acordo com as investigações, o agente de segurança lotado no município de Guanambi realizava a escolta de cargas de cigarro contrabandeadas. A prisão do servidor contou com o apoio do Comando da Polícia Militar. 

"O Coronel Mascarenhas [Comandante da PM no município] foi bem duro, bastante incisivo quando ficou sabendo, e fez questão de participar pessoalmente do cumprimento do mandado", disse Flávio Márcio Albergaria, chefe da Polícia Federal de Vitória da Conquista.

O delegado participou de uma coletiva de imprensa por videoconferência para dar mais informações sobre a operação. Durante a ação, foram expedidos, ao todo, cinco mandados de prisão preventiva - quatro em Guanambi e um em Luís Eduardo Magalhães. 

Apenas este último não foi cumprido até o momento, pois o alvo não foi localizado.

Os suspeitos apreendidos serão submetidos à audiência de custódia na Justiça Federal ainda nesta terça. "Acreditamos que as prisões vão ser mantidas, e eles encaminhados para o presídio em Vitória da Conquista", avaliou Albergaria. 

Próximo ao final da coletiva, o Coronel Mascarenhas apareceu brevemente e informou que o PM preso será conduzido, pelo Comando de Policiamento Regional do Sudoeste, durante a tarde, ao Batalhão de Choque da PM-BA, em Salvador, onde cumprirá a medida cautelar.

"Além disso, ele vai responder a processo administrativo-disciplinar. Enfim comprovada sua participação, ele deverá sofrer sanções determinadas em nosso estatuto, com extremo rigor - se assim for comprovada a participação dele", explicou Mascarenhas.

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Investigações

Albergaria contou que as  apurações acontecem há mais de um ano, e tem como alvo as atividades de um grupo criminoso instalado em Guanambi que contrabandeava cigarros em toda a região Sudoeste do Estado. 

Os supostos crimes acontecem há mais de uma década.

O delegado explicou que após uma série de flagrantes em Vitória da Conquista, referentes à carga ilegal de cigarro, a força policial  decidiu investir em um trabalho de inteligênica, com o objetivo de identificar quem eram os donos da mercadoria e responsáveis por distribuí-la.

No período de um ano das investigações, foi descoberta uma "vultosa movimentação de dinheiro", segundo o delegado: mais de R$160 milhões  -  por parte de pessoas vinculadas à associação criminosa. 
"Conseguimos fazer algumas apreensões em flagrante de valiosas cargas de cigarro no curso das investigações e esses flagrantes foram imputados aos nossos investigados", contou. 

O Ministério Público Federal (MPF) também participou da ação desta manhã, quando ainda foram deflagrados 19 mandados de busca e o bloqueio de bens - móveis ou imóveis - e valores dos investigados. 

De acordo com Albergaria, a Justiça Federal de Guanambi determinou o bloqueio de mais de mais de R$ 40 milhões por alvo. 

Uma arma foi apreendida na ação desta manhã, bem como R$20 mil em espécie e documentos - como recibos e  planilhas de controle, que, segundo o delegado, confirmam as suspeitas apuradas até o momento. 

Próximos Passos

Agora, as investigações devem se focar mais nos crimes de ocultação patrimonial para, além de prender membros da suposta organização criminosa, descapitalizá-los.

"Agora faremos a análise documental de todo o material apreendido. Temos mídias, celulares. Vamos partir também para a análise financeira e apurar eventuais manobras de ocultação patrimonial por parte dos investigados, que enriqueceram com essa atividade ilícita", afirmou o delegado.

Ele acrescenta que a maioria dos alvos da operação não tem atividade lícita que lastreou o custeio de imóveis e veículos de luxo - carros, motos aquáticas, terrenos, fazenda e até cabeças de gado, por exemplo.  

As investigações apontam que os familiares dos suspeitos eram usados para realizar suas movimentações bancárias. Há possibilidade de que o número de investigados seja ampliado neste próximo estágio das apurações. 

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