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Ministro e conselheiro matrimonial

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Publicado em 13/07/2020, às 11h10   José Medrado


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O fato é que guardamos em nossos conceitos e ações toda a história de nossas vidas, em processo não aceitos e recalcados, mas também os que cultivamos por experiências que deram certas, ou nem tantos e, claro, a interferências que sofreemos em nosso meio ambiente, família com suas tradições e até religiões, e repassado tudo isso com o saber.

Dessa forma, entendo que o ser humano não é imparcial, pois ele sempre terá um dispositivo de gatilho que o remeterá a alguma empatia ou ao avesso dela, em situações que o confrontarão. Mas para o equilíbrio civilizatório, social precisamos seguir leis, normas, regras...então indispensável aos que as entendem, interpretam e as aplicam sejam exemplos de conduta e deem limite a sua parcialidade, de qualquer natureza, para fazer valer o seu desiderato.

A comunidade jurídica e em especial nós leigos, ficamos, no mínimo, sem entender quando a sua excelência o presidente do Superior Tribunal de Justiça deu prisão domiciliar a uma foragida, que demonstrou total desprezo e escárnio, com a sua fuga, à justiça brasileira.

Ao conceder a liberdade para o ex-assessor de Flávio Bolsonaro, o presidente do STJ também, imagine que fofo, deixou um conselho para a mulher de Queiroz, Márcia, também beneficiada pelo HC: que ela ficasse em casa cuidando do marido  bastante adoentado, como vimos nas imagens dele saindo da cadeia.

A foragida se sensibilizou, imagine, ao apelo, ela que havia deixado o Queiroz doente e sozinho em Atibaia, voltou para casa onde o marido já estava.

Infelizmente, todos esses sinais de comportamento de muitos magistrados geram argumentos para a formação de uma tendência de desrespeito, de a justiça não ser igual para todos, mas que poder e dinheiro ajudam, e muito, a que a tal “justiça” se faça. E o prior: os seus aplicadores não guardam poder algum, nem constrangimento. A nós a pergunta: não sentem vergonha? Não têm filhos para darem o tal exemplo que arrasta, que forma, que molda?

Não guardo estofo de saber jurídico para analisar se houve ilegalidade no ato, ou não? Certamente não houve, porém a própria imprensa fala de um jovem negro Lucas Morais de Trindade, 28, morreu no último sábado (4) vítima da covid-19, no presídio de Manhumirim, em Minas Gerais. Preso desde 2018 pelo porte de 10 gramas de maconha, apenas para dar um exemplo. 

Infelizmente, algumas notícias têm, até por estas terras da Bahia, feito cada vez mais levantar uma nuvem de incompreensão e efetiva dúvida, em geral, sobre a lisura, eficiência e seriedade de nosso sistema judicial.

Casos que denotam o total descaso de muitos magistrados  com a sociedade que, em verdade, busca, uma espécie de conforto emocional quando uma justiça é feita, satisfazendo um estímulo de que vale a pena ser honesto e seguir os regramentos jurídicos, mas do jeito que vai....

Classificação Indicativa: Livre

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