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Foi pouco...

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Publicado em 07/12/2020, às 09h18   José Medrado


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Honestamente, achei pouco a maioria dos membros do Supremo Tribunal Federal decidiu, no fim da noite de ontem, barrar as aspirações dos presidentes do Senado, Alcolumbre e da Câmara, Maia, em não poderem ser candidatos à reeleição, respectivamente, das Casas Legislativas.

O placar foi de 6 X 5. Chamou-me a atenção, no entanto, que, mais uma vez, os senhores ministros que votaram a favor, tendo Gilmar Mendes como relator, buscarem no contorcionismo de seus entendimentos uma interpretação de possibilidade tão absurda, que nem precisaria de tanta ginástica.

Bastaria perguntar a um adolescente do curso médio o que ele entende por vedada? Uma vez que as Suas Excelências queriam dar nova interpretação à palavra vedada, uma vez que no Art 57, da Constituição Federal, em seu § 4, ipsis litteris:

“ Cada uma das Casas reunir-se-á em sessões preparatórias, a partir de 1º de fevereiro, no primeiro ano da legislatura, para a posse de seus membros e eleição das respectivas Mesas, para mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução para o mesmo cargo na eleição imediatamente subseqüente.”.

Precisa ser ministro do Supremo para ver que lá diz que não pode? O ministro Relator, Gilmar Mendes, disse que assim era na época da ditadura...sim, mas a constituinte já foi na redemocratização, em 1988.

​É tão triste vermos esta promiscuidade entre os Poderes, pois nos gera um pode não pode, dando-nos a impressão de que no Brasil, a princípio, tudo pode, a depender de quem queira. Quem quiser que se engane que acabou o jeitinho brasileiro.

Esse senhor Alcolumbre é um guloso, não faz muito conseguiu adiar as eleições de Macapá, por conta da possível ocorrência de violência, durante o apagão de nergia. Fui ver no mapa. O Amapá tem 16 municípios, muito próximos, em geral: de Macapá para Porto do Céu são 15,3Km; para Santana 26km; para Mazagão 34,8Km.

Curioso que Macapá tão pertinho dos demais, mas o risco de violência só seria nele. Sim, claro, o irmão do presidente do Congresso é candidato a prefeito de Macapá, e precisaria apostar que uns dias fariam o povo da capital do Amapá esquecer a escuridão de quase um mês. Esse pessoal conhece mesmo o povo, o irmão está em segundo turno.

Assim, de jeitinho em jeitinho o Brasil continua sendo um país dos mesmos de sempre, e nós os que construímos esta Nação com o nosso trabalho, suor também continuamos os mesmos de sempre.

Sim, o Carnaval será quando mesmo?

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