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Vacina: por quem mais precisa, estarei no fim da fila

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Bnews - Divulgação

Publicado em 18/01/2021, às 10h47   Leo Varjão*


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Estamos cada vez mais próximos da tão esperada vacina contra a Covid-19. Infelizmente, em nosso país, chega dentro de um cenário dramático. Mais de 200 mil mortos e situações como a de Manaus, onde pessoas estavam morrendo por falta de cilindros de oxigênio nos hospitais.

Sabemos que muitas pessoas estão ansiosas pela imunização, mas é preciso ter calma também nesse momento. A estratégia adotada nos países onde as campanhas já começaram, e que será seguida aqui no Brasil, divide as etapas a partir de grupos prioritários.

Todos nós estamos cientes que grupos prioritários incluem profissionais da saúde, aqueles que estão na linha de frente dessa batalha. Logo depois, idosos com mais de 75 anos e, a partir daí, comunidades que necessitam ser alcançadas pelo poder público, de acordo com cada realidade local.

É fundamental que essa ordem seja respeitada e que a vacina chegue primeiro aos que mais precisam. Na minha visão, entram também nessa prioridade pessoas em condições socioeconômicas mais vulneráveis. São por essas pessoas que o Estado deve olhar.

Todas as esferas de Poder e, sobretudo, a sociedade, devem fazer o seu papel de fiscalizar para que nenhuma fraude seja cometida durante as etapas de imunização. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, garantiu que o início da vacinação será simultâneo em todo o Brasil. Que assim seja, para que a população entenda que todos serão tratados em grau de igualdade dentro de suas respectivas prioridades.

Para aqueles que possuem uma condição econômica mais favorável, não se utilizem desse privilégio para tentar passar na frente. É injusto e imoral, afinal, quem tem recursos pode se resguardar em casa, sem que falte comida na mesa, enquanto outros, durante a pandemia, deixaram até de ter um teto para dormir.

Em meio a toda essa tragédia que enfrentamos, precisamos reconhecer uma lição valiosa: é necessário se doar, ter mais empatia e amor ao próximo. A pandemia nos mostrou como estamos distantes de uma sociedade ideal.

Nesses longos dez meses, atitudes irresponsáveis, de cidadãos comuns a pessoas investidas de cargo público, demonstraram a absoluta irresponsabilidade com o coletivo. Teremos a oportunidade de virar essa página tenebrosa de nossa história.

A vacina representa uma vitória para toda a humanidade, não importa de onde venha: China, Rússia, Índia, Estados Unidos ou Reino Unido. Essa é a arma que temos para vencer esse inimigo, invisível e devastador, e retomarmos a normalidade de nossas vidas.

E, para isso, todos precisam ter o mesmo direito de acesso, pois todos têm o mesmo direito de retomar a normalidade de suas vidas. Portanto, não me importo de ser o último da fila, pois sei que o meu momento vai chegar.

*Leo Varjão é empresário, jornalista e publicitário

Classificação Indicativa: Livre

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