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E se fosse com você?

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Publicado em 22/03/2021, às 10h33   José Medrado


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Abordei aqui na semana passada a necessidade de se ter compaixão com as questões envolvendo a pandemia, em razão do que vinha vendo, sentindo na sociedade, em seu todo. Causava-me uma inquietação, como ainda causa, a naturalização das mortes, angústia das pessoas...até que o meu natural, mas sempre buscando trabalhar mais, processo de empatia com os amigos e pessoas que não conhecia me fez sentir em mim mesmo o que é a empatia, quando em minha porta a ansiedade e angústia e bateram com a covid-19. Meu irmão precisou ser internado.

A empatia é a capacidade psicológica de se colocar no lugar do outro, buscando sentir o que sentiria a outra pessoa, caso estivesse na mesma situação vivenciada por ela. É tentar compreender, sentir mesmo as emoções, dores e é claro também alegrias que o seu próximo sente. A empatia, penso, deve levar as pessoas a ajudarem umas às outras, mesmo que estranhas, por força do sentimento de humanidade, na compreensão de o amanhã, desconhecido, poderemos estar no lugar de quem hoje sofre e damos com os ombros. Nesse domingo, então, postei pedindo orações por meu irmão que enfrenta no hospital a COVID, milhares de manifestações, centenas de solidariedade, mas destaco, acreditem, duas ou três que ainda tentaram politizar o processo, buscando gerar uma discussão fora do ambiente de solidariedade e fraternidade que ali estava estabelecido. Naturalmente, usando a palavra da vez, cancelei e excluí, claro, por uma questão de manutenção do bem, pelo bem. 

O desenvolvimento da empatia é processo de bem-estar interior, em todas as direções e com quem está precisando do apoio emocional, humano, inclusive com o desconhecido. A mim me parece que a falta do olho no olho, muitas vezes, tem gerado um sentimento frio do apenas digitar, de não sentir a vibração, em especial nestes tristes meses de pandemia. O teclado do computador, do celular é mecânico, sem vínculo, sem emoção salvo a de quem digita, razão, entendo, pela qual o envolvimento emocional cai, posto que só se configuram palavras, que são corrigidas, quando digitadas erradas, pelo corretor da máquina...e nós continuamos os mesmos.

Entendo que a empatia entre pessoas que não se conhecem é a mais difícil de ocorrer, porque não há vínculos, histórias compartilhadas, por outro lado, no entanto, se nos esforçarmos para imaginar o que o outro passa, buscando o tal e se fosse comigo, com algum amor meu e se fosse eu? Certamente, algo poderia se mover e gerar alguma sensibilização de nossas almas, haja vista que a empatia é um sentimento que pode ser praticado. Uma das maneiras de exercitar a empatia é treinar manter um olhar de afeto sobre as necessidades de outras pessoas, porque em tudo que acontece neste mundo, poderemos infeliz ou felizmente passar. 

*José Medrado é líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal. Escreve para o BNews às segundas-feiras.

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