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Não esperem ousadia na chapa ACM Neto em 22

Imagem Não esperem ousadia na chapa ACM Neto em 22
Bnews - Divulgação

Publicado em 29/03/2021, às 06h14   Victor Pinto


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Não se pode se dar ao luxo de buscar uma estratégia deveras ousada em um momento como 2022. ACM Neto (DEM) não deve fazer peripécias e sacar da cartola nomes não muito conhecidos para tentar ir na esteira da “novidade” ou do “outsider” na formação de uma futura chapa - isso se mantiver o compromisso. 

Os nomes de sua futura formação - a vice e ao senado - deverão ser do jogo, com siglas pesadas e envergadura política tão bem feita quanto. O próprio Neto não é a novidade, pois foi forjado à própria política. A hora dos “outsiders”, até então, passou momentaneamente. Corroboro com a tese dita pelo marqueteiro João Santana, em entrevista ao Roda Viva em outubro de 2020, que a campanha daquele mesmo ano seria para quem já era do jogo.  O certame de agora será para quem sabe jogar. Vou além, acho que esse pensamento não ficou restrito lá atrás e segue.

O nome do presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, tratado como um possível e virtual candidato ao Senado, destoa da lógica do paupável. Apesar de ser um nome bem visto no meio – tanto que fora cortejado a concorrer à prefeitura de Salvador no ano passado no time de Jaques Wagner (PT) –, não tem cacife para topar essa parada. Desvinculado do grupo netista por ter sido preterido, e por ser a sua vontade quando o projeto do Centro de Convenções em meados de 2017 foi sua alforria, com o time em uma pífia campanha em campo, e além das suas “faturas” já terem sido pagas, acho difícil esse cenário se concretizar. 

Apesar da tentativa de buscar uma chapa jovem em contraponto aos cabelos brancos de Wagner, Otto Alencar (PSD) e a careca de João Leão (PP) - a trindade governista que deve topar a parada no próximo ano -, o ex-prefeito de Salvador, fazedor de novas lideranças, expertise igual a do seu avô, deve se apegar a um ou dois nomes sabedores da política e do Estado. Quem? Isso só o tempo dirá. 

A ousadia se vale ao ponto da coragem quando há um certo controle do cenário ou quando não há nada a perder. Para ACM Neto é diferente. A busca pelo Palácio de Ondina é movimentação fundamental de estratégia de futuro do seu próprio grupo político que conseguiu ampliar espaços em cidades de grande e médio porte. Salvador é a joia da coroa, cuja sua vitrine pode seguir ameaçada em 2024, se os planos de corredores se concretizarem com uma eventual campanha de Rui Costa - apesar da história recente nos mostrar que o último ex-governador a tentar a prefeitura perdeu o pleito: 2004 com César Borges na queda de braço com João Henrique.

A dosagem da ousadia precisa ser bem pensada, pois se pesar demais fica fadada a um fracasso não muito agradável. 

Classificação Indicativa: Livre

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