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O que esperar do presidente?

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Bnews - Divulgação

Publicado em 23/08/2021, às 09h22   José Medrado



O governador João Doria acabou de afastar por indisciplina o coronel Aleksander Lacerda, o comandante de 7 batalhões da PM que compartilhava mensagens golpistas no Facebook. O coronel bolsonarista convocou os admiradores do presidente para os atos de 7 de setembro, pedindo tanques nas ruas e dizendo que “o caldo vai entornar”.  Esse mesmo coronel em agosto, postou: “Liberdade não se ganha, se toma. Dia 7/9 eu vou”. Não precisa ressaltar que esse comandante é pago com o dinheiro do contribuinte para garantir a lei e a ordem pública e não, lógico, para incitar ruptura institucional. O governador Dória já deveria ter tomando essa decisão, desde quando há alguns dias o coronel Lacerda publicou que “nenhum liberal de talco no bumbum” consegue “derrubar a hegemonia esquerdista no Brasil”. 

Infelizmente, o que estamos vendo não se trata meramente de opiniões, mas, ao que parece, dizem muitos estudiosos do comportamento de massas, conhecido como psicologia das massas e ou psicologia das multidões, que é um ramo da psicologia social cujo objetivo é estudar as características do comportamento de indivíduos dentro de multidões. Estamos, ainda que para muitos se trate de minoria, dentro de um universo de dezenas de milhões de uma população, mas por menor que seja a multidão, o senso de universalidade de comportamento e o enfraquecimento de responsabilidade individual influenciam o coletivo. Estudos indicam que “isso ocorre principalmente na medida em que o número de pessoas no grupo cresce. Por isso, este campo abrange não apenas o estudo do comportamento individual de membros em uma multidão, mas também o comportamento da multidão como uma entidade única”, inclusive com adoção de nome. 

Freud afirma que quando uma pessoa se torna membro de uma multidão, sua mente inconsciente é liberta, retirando seus filtros e restrições do superego (conjunto das forças morais inibidoras que se desenvolvem sob a influência da educação, durante o processo de socialização). Dessa forma, o indivíduo tende a seguir o que “agita as massas” liderada com algum tipo de carisma. Em verdade, essas pessoas que formam massas em algum sentido, normalmente têm confinados os vieses de suas personalidades que nestes casos vêm à tona, por semelhança. 
Lamentável, ao que tudo parece, que o presidente Jair Bolsonaro fomente uma  “convulsão social”, com confrontos belicosos, com o objetivo de usar, talvez, os mecanismos da lei e da ordem para justificar alguma ordem para ação militar. Esperemos que não seja isso, mas...parece. 

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