Artigo

Combate a tiros

Imagem Combate a tiros
Bnews - Divulgação

Publicado em 22/10/2018, às 10h38   José Medrado


FacebookTwitterWhatsApp

Aqui no BNwes, há três semanas mais ou menos, foi replicada notícia do jornal Correio, com o registro de mais um ato de intolerância religiosa. E não sei o que deu. Há quem, no entanto, ainda pense que Salvador é a capital da diversidade, das religiões em harmonia, ledo equívoco. 

No último dia 11, na Fazenda Grande, um homem foi baleado por um vizinho depois de tentar colocar uma oferenda religiosa em uma rua do bairro. É fato, a questão pode envolver outras situações de tolerância baixa, gerando o conflito por qualquer motivo, mas a notícia é que foi por força de uma prática religiosa. Pessoalmente, defendo, intransigentemente, que a religião alheia não se questiona, respeita. 

É verdade, outrossim, que os praticantes do Candomblé poderiam rever os lugares onde assentam as suas práticas religiosas, a fim de melhor respeitar o espaço de todos, não deixando as vias públicas com as sobras das oferendas. Seria fazer como, por exemplo, já fazem em relação às oferendas a Iemanjá, que já há orientação para serem produtos biodegradáveis, Mãe Estella tem defendido essa prática.

Fato é, e não poderemos fingir que não existe, que dissimulamos esses processos discriminatórios brasileiros, pois, em uma espécie de bairrismo nacional, embarcamos em discursos cheios de falácias justificadoras, como se estivéssemos em um país pacificado em suas mais variadas vertentes. 

Desculpem, mas não é verdade. Guarda-se uma distância muito grande entre a teoria e a prática, pois muitos defendem princípios democráticos, como vimos recentemente nas eleições, mas no dia a dia é a prevalência da intolerância, do faço o que quero e ninguém reclame porque me encolerizo, hostilizo, mesmo não tendo razão, mesmo estando quebrando leis, princípios de educação, boa convivência... E o pior: vamos nos acostumamos com toda forma de ilegalidade, falta de ética, banalizando tudo e não reagimos, na defesa do legal , do certo, do democrático. 

Há um clima de medo geral, pois as pessoas estão dispostas a tudo, quando são contrariadas, questionadas. O Brasil tem se tornado em um país de desmando geral. Lamentável.

* José Medrado é líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp