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Celebridades que ajudam

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Bnews - Divulgação Arquivo pessoal

Publicado em 10/07/2023, às 10h48   José Medrado


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Inegavelmente, a ação da cantora Ludmila, em dar ingresso de graça a quem doasse sangue foi uma iniciativa extraordinária, espero que logo seja imitada. Os dirigentes do Homorio disseram que foi um recorde histórico: 500 doações em um único dia, o maior número já alcançado no hemocentro desde sua abertura, em 1944. A estrela disse que viu na campanha uma maneira de retribuir as realizações trazidas pelo pagode. Repito: iniciativa extraordinária, mas fiquei me perguntando se não poderia o brasileiro ser naturalmente mais generoso, não precisando de ter algo em troca, por um gesto que nada custa e salva tantas vidas? Uma única bolsa de doação, com cerca de 450 ml de sangue, pode salvar até quatro vidas. Confesso,no entanto, que me surpreendeu o mais novo resultado do ranking do World Giving Index 2022, da organização britânica Charities Aid Foundation (CAF). O Brasil saltou 36 posições em relação ao ano de 2021, saindo da 54ª para a 18ª colocação. O crescimento aconteceu em todas as categorias de avaliação, sendo ainda mais expressiva na “ajuda a um desconhecido”, no qual o país passou de 36° para o 11° lugar em apenas 12 meses. A Indonésia segue pelo quinto ano consecutivo liderando a lista dos países mais solidários, seguida pelo Quênia em segundo lugar.

Entre os principais doadores individuais do ano passado, aqui no Brasil, estão Lia Maria Aguiar, com 40 milhões de reais. Ela é uma das acionistas do Bradesco, considerada uma mulher muito generosa, criadora de uma fundação que leva seu nome, em Campos do Jordão, onde trabalha com arte em geral para crianças e adolescentes. Entre os famosos e celebridades estão Gisele Bündchen, com 1,1 milhão de reais; Wesley Safadão com 720 mil reais (está vendo?) e Anitta, com 500 mil, nenhum outro se destaca.

Ainda não entendemos que o maior beneficiado do ato de ajudar, não é, necessariamente, o que recebe a doação, a ajuda, seja de valores, tempo...mas quem doa, pois se sente útil em uma sociedade onde tudo concorre para o individualismo, o egoísmo de forma desenfreada, em uma correria sem fim para preenchimento de vazios com coisas e não com o ser. Não sou piegas, nem penso que as pessoas não devam buscar o que lhes falta, de forma alguma, mas neste afã do mais e mais, a alma se esgota e fica exausta, sem respirar a alegria de viver.

Classificação Indicativa: Livre

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