Artigo
De Deodoro da Fonseca para cá a história política do Brasil passou por muitas turbulências. Foram 131 anos de ação, drama, comédia, golpes, ascendência e decadência.
As páginas dos livros da história brasileira são dignas de um filme capaz de prender os telespectadores mais críticos. Mas não há dúvidas de que o dia 01 de janeiro de 2023 ganhará um capítulo especial.
O Brasil estava dividido. De um lado patriotas e do outro comunistas. De um lado os vermelhos e do outro os amarelos. Mas de um lado estava o povo brasileiro e do outro... também. Como unir essses Brasis?
Jair Bolsonaro, que tanto fomentou a divisão, a rivalidade e o extremismo, não aceitou a derrota e se negou a receber Lula na rampa do Palácio do Planalto para a simbólica passagem de faixa.
Mas do limão foi feita uma limonada. E além da limonada, Lula fez história ao subir a rampa ao lado de representantes da sociedade civil: uma catadora de material reciclável, um professor, um menino negro, um artesão, um PCD, uma cozinheira, um metalúrgico e um cacique. Não podemos esquecer também da Resistência, cachorra vira-lata adotada por Janja.
De braços dados, caminhando no mesmo ritmo, todos subiram rumo ao poder. O Brasil tomou posse. A faixa presidencial, que Jair Bolsonaro negou passar, nunca mais terá uma passagem mais forte e simbólica. De mão em mão, ela foi conduzida até Aline Souza: mulher preta, catadora de material reciclável, responsável por colocá-la no presidente eleito.
Para a minha geração, que chegou aqui depois da Nova República, pós Ditadura Militar, acompanhar e participar ativamente desta eleição foi o primeiro ato mais revolucionário, dos últimos 30 anos.
E assistir tudo de perto, em Brasília, na Esplanada dos Ministérios... foi mágico. Que o próximo capítulo da história política desse país seja de união, respeito à democracia e à diversidade. Sigamos, escrevendo novas páginas, fazendo nossa história.
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