Desempenho do PT em Lauro nestas eleições faz o partido correr risco em 2024?

Única cidade da Região Metropolitana de Salvador (RMS) administrada pelo PT, Lauro de Freitas pode ser o centro das atenções, não apenas do próprio partido, mas de outras siglas com disposição em disputar a eleição para a prefeitura do município em 2024.

Isso porque, agora em 2022, o desempenho do governador eleito, Jerônimo Rodrigues (PT), na cidade, não foi dos melhores: nos dois turnos, ele foi derrotado pelo principal adversário, com a diferença sendo ampliada de uma fase do pleito para a outra: de 7 mil para quase 22 mil votos.

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O prejuízo no primeiro turno fez com que a prefeita Moema Gramacho (PT) fosse cobrada por membros do partido diante do baixo desempenho do colega de sigla. A gestora, diante da situação, teria buscado o apoio da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) para vir à cidade e, assim, dar um apoio a candidatura de Jerônimo Rodrigues, já no segundo turno.

Dilma foi à Lauro no último dia 21 de outubro, quando participou de uma carreata e um comício, levando uma extensa legião de adeptos. Porém, isso não foi o suficiente para que Jerônimo elevasse a performance no município, tendo apenas 2.717 votos a mais em relação ao 1º turno.

Com os índices de aprovação junto à população em baixa, Moema Gramacho até melhorou o próprio desempenho entre 2016 e 2020, na disputa à Prefeitura, quando saiu de 43.951 votos para 50.680.

Porém, também neste período, viu a oposição ganhar espaço. Em 2016, os outros dois candidatos, juntos, tiveram uma votação de 39.940 votos. Quatro anos depois, os outros cinco postulantes, somados, tiveram 49.147 votos.

Como Lauro de Freitas ainda não tem disputa de segundo turno, a petista levaria o pleito em caso de um "cabeça-a-cabeça". Porém, esta simulação, aliada ao real desempenho de Jerônimo no município, nestas eleições, liga o sinal de alerta sobre o partido, que venceu os últimos quatro dos cinco pleitos (2004, 2008, 2016 e 2020), todos eles com Moema Gramacho.

Em 2012, o PP do cacique João Leão conseguiu derrubar o petista João Oliveira, com a vitória de Márcio Paiva. Espera-se que, em 2024, com a derrota de ACM Neto (União) ao Governo do Estado, que a legenda lance o deputado federal Cacá Leão (PP) na disputa, já que ele, além de perder na disputa ao Senado, ficará sem mandato no ano que vem - João Leão (PP), pai de Cacá e que será deputado federal a partir de 2023, já foi prefeito de Lauro entre 1989 e 1992.

Desta forma, a menos que tenha um bom nome para a disputa daqui a dois anos, o PT corre grande risco de ver seu único "eldorado" na RMS ser perdido, ainda mais em se tratando da terceira maior cidade do bloco.