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A esquerda que se cuide. Michelle tá aí!

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Enquanto Bolsonaro era o próprio adversário quando abria a boca em público, Michelle afineta o atual Governo sem proferir palavras grosseiras  |   Bnews - Divulgação Arquivo Pessoal
Daniela Pereira

por Daniela Pereira

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Publicado em 11/03/2024, às 15h09 - Atualizado em 18/03/2024, às 20h09


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Quem estava acostumado com o show de horrores proferidos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), durante os discursos e entrevistas, se surpreendeu com a leveza de Michelle Bolsonaro, durante passagem em Salvador. Carregando a mesma agenda bolsonarista (contra aborto, ideologia de gênero e os comunistas), a presidente do PL Mulher e potencial candidata à Presidência da República, tem visitado diversas capitais pelo país, com um discurso certeiro e firme.

Não concordar com as pautas bolsonaristas é questão de posicionamento político-ideológico, mas não reconhecer que Michelle tem boa capacidade de comunicar, é um erro. Aliás, vale ressaltar que essa capacidade a esquerda já perdeu há muito tempo e abriu um grande espaço para a direita se acomodar entre a massa.

Quando Lula assumiu o governo inúmeras derrapadas nos discursos foram registradas. Para mitigar os estragos, sua equipe logo tratou de preparar textos prontos para o petista. E quem ficou responsável por isso? Janja. Ora, não teria uma pessoa próxima ao presidente mais engajada com as causas sociais do que ela.

No entanto, a situação não melhorou muito. Lula assumiu, mas a cada discurso um novo ‘incêndio’ precisa ser apagado. Mas com Michelle é diferente. Sem ler nenhum texto pronto, ela faz o pronunciamento dela.

Empenhada no plano de se tornar a figura central do PL para as disputas de 2026, diante da inelegibilidade de Jair Bolsonaro, a ex-primeira-dama adota a imagem de mulher comum, que tem obrigações com a casa, com o marido e filhas, sem deixar de lado a "missão política de salvar o país do comunismo".

Com discurso fácil e leve, Michelle agrega. Enquanto Bolsonaro era o próprio adversário quando abria a boca em público, Michelle afineta o atual Governo sem proferir palavras grosseiras aos esquerdistas, à imprensa, e às minorias. Ou seja, tudo que a esquerda não precisava.

Bolsonaro diz que não quer a esposa disputando o Palácio do Planalto, mas isso pode ser uma jogada de política. Enquanto isso, Michelle segue levando sua mensagem Brasil afora. E é bom que comecem a ficar de olho nela. Ela tá aí! E se crescer, diante da queda do reconhecimento positivo de Lula, o bolsonarismo pode retornar ao Executivo Nacional, facilmente.

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