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Problemas climáticos fazem Conab reduzir mais uma vez previsão para safra brasileira

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De acordo com levantamento divulgado nesta terça-feira (10), entre as culturas mais afetadas destaca-se o milho  |   Bnews - Divulgação Arquivo/Agência Brasil

Publicado em 10/08/2021, às 11h26   Redação BNews


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Devido aos problemas climáticos que atingiram lavouras em várias regiões do Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduziu novamente a estimativa para a produção brasileira de grãos em 2020/21 para 254 milhões de toneladas - queda de 1,2% em relação à safra anterior. 

Apesar de ter havido aumento de área plantada em mais de 4%, a redução se deve, principalmente, à queda das produtividades estimadas nas culturas de segunda safra, justificada pelos danos causados pela seca prolongada nas principais regiões produtoras, bem como às baixas temperaturas com eventos de geadas ocorridas nos estados da Região Centro-Sul do país. 

De acordo com levantamento divulgado nesta terça-feira (10), entre as culturas mais afetadas destaca-se o milho. A produção total deve chegar a 86,7 milhões de toneladas, sendo 24,9 milhões de toneladas na primeira safra, 60,3 milhões de toneladas na segunda e 1,4 milhão de toneladas na terceira safra. 

Apenas para a segunda safra do cereal, a queda na produtividade estimada é de 25,7%, uma previsão de 4.065 quilos por hectare. A redução só não foi maior porque os altos preços do grão impulsionaram um aumento de área plantada em 8,1%, chegando a 14,87 milhões de hectares. Além disso, Mato Grosso, principal estado produtor, foi o que menos registrou condições climáticas adversas durante o cultivo do cereal, informou a Conab.

Com a colheita encerrada, a soja apresenta uma elevação de 11,1 milhões de toneladas na produção desta safra. Desta forma, o Brasil se mantém como maior produtor mundial da oleaginosa com uma colheita recorde de 135,9 milhões de toneladas.

Para o arroz, a produção neste ciclo teve crescimento de 5% em relação ao período anterior, chegando a 11,74 milhões de toneladas. Já em relação ao feijão, as atenções se voltam para a cultura de terceira safra, que está em fase inicial de colheita. A produção total é estimada em 2,94 milhões de toneladas, 8,8% menor que o obtido na safra 2019/2020, impactada pela seca nas principais regiões produtoras do país.

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Dentre as culturas de inverno, destaque para o trigo. Na atual safra a expectativa é de que a produção seja de 8,6 milhões de toneladas, um novo recorde para o país. Com o plantio já encerrado, o grão apresenta um expressivo crescimento na área de 15,1%, situando-se em 2,7 milhões de hectares.

Os preços elevados no mercado internacional nos últimos anos incentivaram a maior procura pelos produtores. Aliado à valorização externa, o alto custo do milho no cenário nacional também estimulou o cultivo, por ser um possível substituto para ração animal.

Caso a estimativa de colheita seja confirmada, observa a Conab, esta será a maior produção já registrada no país. No entanto, as condições climáticas das lavouras podem influenciar nos resultados. As consequências das geadas nas últimas semanas ainda serão quantificadas pela companhia.

Exportações

No mercado externo, o algodão em pluma segue com cenário positivo no mercado internacional, diz a Conab, que elevou a previsão do volume exportado da fibra na safra 2020/2021 em 4,69% em relação à estimativa anterior. Por outro lado, foram reduzidas as previsões do volume exportado de milho e de soja.

Para a oleaginosa, mesmo com o aumento da produção, foi observado ao longo do ano baixo percentual comercializado até o momento. Com isso, as exportações anteriormente estimadas em 86,69 milhões de toneladas passaram para 83,42 milhões de toneladas.

No caso do cereal, a partir dos efeitos do clima na produção e da reversão do destino de contratos de exportação para o mercado doméstico, a expectativa é de queda nas exportações em 20%, o que corresponde a 23,5 milhões de toneladas ao final da safra. Por outro lado, a projeção de importação manteve-se inalterada em 2,3 milhões de toneladas.

Quanto ao trigo, a Conab espera aumento de produção aliado ao incremento do consumo interno em 3,74%. "O cenário é favorável, de modo que os estoques de passagem estarão em nível mais confortável", relata a companhia. A previsão é fechar o ano em 1.793,9 mil toneladas, volume próximo ao observado em safras anteriores a 2019/2020.

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