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Abate de jumento para a comercialização da carne e couro se torna alvo de disputa jurídica

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O abate do animal tem sido criticado por entidades defensoras dos animais e de ambientalistas  |   Bnews - Divulgação Reprodução/TV Globo

Publicado em 10/05/2022, às 18h34   Redação BNews


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Comum no Nordeste brasileiro, o jumento está no centro de uma disputa jurídica. O abate do animal tem sido criticado por entidades defensoras dos animais e de ambientalistas. A informação é do g1.

Usados para transporte nas zonas rurais durante longas décadas, os jumentos perderam lugar para as motos e começaram a ser abandonados por seus donos, mas a partir de 2016, voltaram a ganhar destaque após o couro virar produto de exportação para países asiáticos.

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Segundo reprotagem do g1, na Bahia, três frigoríficos passaram a se dedicar ao abate. Grupos de defesa dos direitos dos animais insatisfeitos com a situação, conseguiram em 2018 uma liminar na justiça baiana proibindo o abate, alegando risco de extinção da raça.

Um ano depois, em 2019, o governo federal e o município baiano de Amargosa, a 240 Km de Salvador, conseguiram derrubar no Tribunal Regional Federal a liminar. Mas surgiram outras decisões judiciais. Hoje o que vale é uma decisão da União Federal, que permite a prática em todo território baiano.

“A atividade só ocorre hoje porque ela é extrativista. Então os animais são coletados ou apreendidos e eles são encaminhados para os abatedouros sem rastreabilidade, sem estado sanitário conhecido. Então, embora eles consigam aproveitar tudo, não é uma atividade que seja sustentável a longo prazo. Então por isso que ela tem que ser suspensa”, explica Patricia Tatemoto, coordenador de campanha nas Américas The Donkey Sanctuary.

A situação tem sido acompanhada pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária, que teme a extinção da raça, não pela comercialização do jumento, mas na falta de uma cadeia produtiva.

“O conselho ele é a favor de qualquer cadeia de produção organizada dentro da legislação, do bem estar animal e da fiscalização sanitária. Então, se houvesse essa cadeia o conselho não seria contra ele é contra as irregularidades”, diz Chiara Albano, zootecnista e membro da Comissão de Ética, Bioética, Bem Estar Animal do CRMV da Bahia.

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