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Considerado um setor vital na economia e no sistema global, o agronegócio brasileiro desempenhou um papel central na 28ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), que chegou ao fim nesta quarta-feira (30). O evento, que reúne representantes de países-membros da Organização das Nações Unidades (ONU), foi realizado em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e é considerado crucial para definir ações contra o aquecimento global.
De acordo com a especialista em investimentos para o setor do agronegócio, Rafaela Debiasi, o agronegócio brasileiro foi destaque na COP28 à sua contribuição significativa e potencial para práticas sustentáveis. Para a administradora, a importância do setor neste cenário pode ser compreendida através de vários pontos.
“O primeiro deles está relacionado ao impacto econômico e à geração de empregos. Em 2022, o agronegócio representou 27,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, gerando 22,2 milhões de empregos. Esses números refletem a relevância do setor não só para a economia brasileira, mas também para a segurança alimentar global”, explicou Debiasi.
Outro ponto mencionado por Rafaela são as práticas sustentáveis e a produtividade do agronegócio brasileiro. “O Brasil tem demonstrado um aumento significativo na produção agrícola sem a necessidade de expansão proporcional das áreas de plantio. Por exemplo, a área destinada à plantação de grãos cresceu 81%, enquanto a produção aumentou 433%. Isso indica um ganho de produtividade impressionante, contribuindo para a sustentabilidade”, avaliou.
Além disso, a especialista aponta que a abordagem inovadora de integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) busca neutralizar as emissões de metano através da preservação da vegetação nativa ou de produções agrícolas, demonstrando a busca por soluções sustentáveis no setor. “Outra questão importante é que o Brasil mantém 66% de seu território coberto por vegetação nativa, um indicador relevante da dedicação do país à preservação ambiental e ao equilíbrio entre a agricultura e a conservação. Um dado importante é que 25% dessa área está em propriedades rurais, ou seja, a preservação é feita pelos produtores rurais”, destacou.
O setor agropecuário brasileiro também tem adotado técnicas inovadoras como o plantio direto, o uso de bioinsumos e a fixação biológica de nitrogênio. “Essas práticas não apenas aumentam a produtividade, mas também contribuem para a sustentabilidade ambiental. Além disso, o Brasil tem se destacado nas negociações da COP28 pela sua ênfase na preservação da Amazônia e no combate ao desmatamento, um elemento chave na luta contra as mudanças climáticas”, pontuou a administradora.
Para o Brasil, a COP28 representa uma oportunidade significativa de o País demonstrar seu compromisso com a sustentabilidade e a mitigação das mudanças climáticas. “As práticas adotadas pelo agronegócio brasileiro ilustram um modelo potencial de como a agricultura pode contribuir para os objetivos globais de sustentabilidade e segurança alimentar, ao mesmo tempo em que enfrenta os desafios impostos pela crise climática”, completou Debiasi.
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