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Alta do óleo de palma deve aumentar preço de massas e biscoitos no Brasil; entenda

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A decisão da Indonésia de restringir as exportações de óleo de palma deve se refletir no bolso dos brasileiros  |   Bnews - Divulgação Arquivo/Agência Brasil

Publicado em 29/04/2022, às 08h29   Redação BNews


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A decisão da Indonésia de restringir as exportações de óleo de palma para conter a alta nos preços em seu mercado interno deve se refletir no bolso dos brasileiros. O país importou 613,23 mil toneladas de óleo de palma no ano passado, sendo 76% desse volume de origem indonésia e terá que buscar novos fornecedores em um mercado cujo maior produtor, com quase 60% da produção mundial, estará fora das negociações.

Somente na quarta-feira (27), os preços da commodity negociada na Bolsa de Óleo de Palma da Malásia (Malaysia Palm Oil Board) registraram alta de 9,8% depois que o governo indiano recuou da decisão de manter as exportações do óleo bruto.

No Brasil, o principal uso do óleo de palma se dá na indústria de alimentos, que responde por mais de 50% consumo no país, estimado em 922 mil toneladas este ano. A matéria prima é empregada na substituição de gorduras trans na fabricação de alimentos industrializados.

Em nota enviada ao site 'Globo Rural', a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) destacou que o óleo de palma pode representar até 40% dos custos de produção de alguns produtos.

“O preço deste insumo pode causar grande impacto nos custos de produção dos alimentos que utilizam este ingrediente em sua formulação, podendo chegar a 40% em determinados produtos, como massas e biscoitos. A ABIA entende que a redução da alíquota do imposto de importação deste insumo é o caminho mais eficiente para garantir o abastecimento interno, minimizar o impacto nos custos de produção e no valor final para o consumidor”, afirma a entidade.

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Nos demais setores, a alta do preço do óleo de palma deve gerar um efeito em cadeia, com a valorização de outros óleos vegetais como o de soja, o mais usado no Brasil e matéria prima importante para a produção de biocombustíveis e para a alimentação animal. Desde sexta-feira, a commodity já acumula valorização de 5% em Chicago, puxada pela perspectiva de maior demanda em substituição ao óleo de palma.

A Associação Brasileiras das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) confirmou que a “escassez de óleos vegetais decorrente das dificuldades logísticas (portos fechados) do óleo de girassol na Ucrânia e a proibição de exportações da Indonésia ampliam o mercado para outros países produtores”, sendo perceptível o aumento da demanda internacional. A entidade, contudo, ressalta que “ainda é cedo para falar em volumes”.

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