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Alta no preço do leite e derivados supera 20% em 12 meses

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Somente no mês de maio, a alta do produto do leite e derivados foi de 4,65%  |   Bnews - Divulgação Pixabay

Publicado em 29/06/2022, às 16h57   Redação BNews


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O preço do leite e seus derivados voltou a chamar a atenção de quem foi ao supermercado nos últimos dias. Com inflação de 21,26% no acumulado de 12 meses, o aumento de preços dos produtos lácteos ganhou novo fôlego, principalmente com a chegada da estação seca e a maior dificuldade da indústria em obter a matéria prima no mercado nacional e internacional. Somente no mês de maio, a alta do produto foi de 4,65%, segundo o IPCA, Índice oficial de inflação, medido pelo IBGE.

“Houve essa aceleração maior no período mais recente por dois motivos: um é a própria falta de leite, comparado ao mesmo período ano passado. O outro fator é o período que estamos atravessando, que é o auge da entressafra. Junho é o mês de menor produção no Brasil e obviamente é mais um fator para que haja uma pressão altista nas cotações”, explica o pesquisador do Centro de Inteligência do Leite da Embrapa Gado de Leite (Cileite), Glauco Rodrigues Carvalho, em entrevista ao Globo Rural.

De acordo com a reportagem, a menor disponibilidade de matéria-prima para a indústria de laticínios está relacionada a fatores que remontam a fase inicial da pandemia de Covid-19, quando houve forte aumento na demanda em um primeiro momento, seguida de queda abrupta no consumo com o fim dos programas de auxílio em um cenário de desemprego recorde e perda do poder de compra da população.

“A rentabilidade do produtor caiu e da indústria também caiu. Então a cadeia inteira perdeu margem em 2021, foi um período muito ruim e abrimos 2022 com muito pouco leite no mercado justamente porque alguns deixaram a atividade, outros abateram seus animais e outros de fato reduziram a produção”, observa o pesquisador da Embrapa.

Ainda segundo o site, na indústria, Glauco destaca que os efeitos da menor disponibilidade matéria-prima foram o aumento da capacidade ociosa, inclusive com o fechamento de algumas unidades fabris, e aumento dos preços ofertados ao produtor.

O avanço da vacina contra a Covid-19 e a consequente retomada da atividade econômica, também tem contribuído para a alta dos preços, segundo explica a analista da Scot Consultoria, Jéssica Olivier. “O pessoal está sentindo, sim, uma melhora no consumo de lácteos no país, ainda que singela, e a expectativa e de que continue melhorando. Então, mesmo com essa alta de preços no atacado e no varejo, o escoamento não está piorando – muito pelo contrário, ele foi melhorado nesse último mês”, pontua Jéssica.

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