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Brasil escapou de prejuízo bilionário com surto de gripe aviária; entenda

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Segundo o Ministério da Agricultura, até esta segunda-feira (10), cerca de 1,4 mil casos de gripe aviária foram investigados  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Pixabay

Publicado em 10/07/2023, às 14h48   Cadastrado por Rafael Abbehusen


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O primeiro caso da influenza aviária no Brasil, registrado em maio deste ano, fez com que auditores fiscais federais agropecuários redobrassem os trabalhos de fiscalização para evitar a entrada do vírus H5N1 em granjas comerciais. Até então, não há registro da doença em áreas de produção e comércio.

Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-Agro), encomendado pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), revela que, se houvesse uma disseminação da doença no país em grande escala, o impacto anual para a economia nacional seria de R$ 21,7 bilhões. Somente ao agronegócio, o prejuízo seria de R$ 11,8 bilhões. As informações foram divulgadas pela Anffa Sindical.

Além disso, o levantamento também estima uma perda de 46 mil pontos de empregos formais de diversos setores, além da queda de R$ 1,3 bilhão na arrecadação de impostos, e da redução de R$ 3,8 bilhões na renda do brasileiro. O impacto maior seria nas atividades do agronegócio, setor que perderia 26 mil postos de trabalho.

"O diagnóstico da FGV Agro tem um importante papel de nos trazer indicadores e projeções de como a gripe aviária pode impactar negativamente a economia. O levantamento reforça que estamos no caminho certo, que é o de focar nossos esforços na contenção da disseminação do vírus especialmente nas agroindústrias", afirma Janus Pablo Macedo, presidente do Angga Sindical.

Para ele, o momento atual é de observar e monitorar a incidência e evitar que o vírus circule rapidamente. "A população não precisa se preocupar com o contágio da doença em humanos, nem com a segurança dos alimentos. Estamos reforçando a prevenção, principalmente as análises laboratoriais", enfatizou Macedo.

O Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA), em Campinas, São Paulo, é referência no diagnóstico da doença, segundo a Organização Mundial de Saúde Animal. A unidade recebe amostras suspeitas do vírus de todo o país para análise e realização do sequenciamento genético do H5N1.

O estudo da FGV Agro ainda aponta a relação do impacto da grive aviária em setores da economia. De acordo com o levantamento, para cada perda de R$ 100 no valor das exportações de carnes aviárias, o setor de comércio perderia R$ 11, ou seja, o impacto indireto negativo para varejistas e atacadistas chegaria a 11% do total em perdas para a cadeia aviária. Nessa linha, haveria também a redução de 8% na produção de rações animais, 6% no setor elétrico, 4% no transporte terrestre de cargas, dentre outros segmentos.

"Essa relação de prejuízos para cada setor da economia é uma situação hipotética levantada pelo estudo e nos mostra a dimensão do problema, caso a defesa agropecuária não agisse rapidamente. O Brasil tem capacidade para agir diante de um eventual surto. Estamos trabalhando em conjunto com o Mapa e os auditores agropecuários estaduais para evitar tais efeitos", ressaltou Macedo.

De acordo com o painel sobre gripe aviária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), até esta segunda-feira (10), cerca de 1,4 mil casos foram investigados, sendo que em 319 houve a necessidade de coleta de amostras para testes laboratoriais. Dessas amostras, 62 apresentaram resultado positivo para vírus da influenza aviária de alta patogenicidade. Outros seis casos estão em análise.

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