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Embrapa lança tecnologia que promete monitorar qualidade do leite em segundos

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Inovação consiste em um sistema digital que permite o acesso remoto aos dados da análise por meio de conexão de rede sem fio  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Freepik

Publicado em 06/05/2023, às 15h23   Cadastrado por Rafael Abbehusen


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A Embrapa desenvolveu uma tecnologia que promete ser uma alternativa para avaliar a qualidade do leite cru no local de produção. Com o apoio da iniciativa privada, a inovação está em fase experimental de validação e pode para suprir a carência de técnicas rápidas e confiáveis.

Chamada de 'SondaLeite', a inovação consiste em um sistema digital que permite o acesso remoto aos dados da análise por meio de conexão de rede sem fio (Wi-Fi) e foi capaz de detectar com precisão e em segundos um problema multifatorial que traz grandes prejuízos à cadeia produtiva brasileira: a incidência do leite instável não ácido (Lina).

O SondaLeite está sendo desenvolvido pela Embrapa Instrumentação em parceria com a Embrapa Clima Temperado, com o apoio da Dairy Equipamentos, com sede em Curitiba.

A tecnologia utiliza feixes de luz para constatar as diferentes condições do leite cru em apenas 25 segundos, identificando se está normal, com Lina ou ácido. Os resultados obtidos na fase experimental de validação da tecnologia foram satisfatórios e, por isso, o SondaLeite entra agora no processo de licenciamento para a iniciativa privada.

A ideia é que a produção em escala seja realizada e que o setor leiteiro possa contar com uma maneira confiável de detectar a estabilidade do produto.

Segundo a Embrapa, o caso mais crítico de identificação é o Lina, que se trata de uma alteração na qualidade do leite causada pela perda de estabilidade da caseína, a principal proteína presente no leite. A instabilidade é detectada por meio do teste de álcool, também conhecido como Alizarol, e se manifesta quando o leite coagula na presença da solução alcoólica, sendo confundido com leite ácido, embora não apresente acidez elevada.

No entanto, o teste de álcool, que é utilizado há mais de cem anos, apresenta resultados subjetivos e pode gerar falsos positivos ou falsos negativos em relação à acidez do leite. Além disso, o teste é realizado em cerca de três minutos, momentos antes da coleta do leite nas fazendas.

Esse teste é realizado por determinação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), para avaliar a qualidade do produto quanto à acidez e à estabilidade térmica, conforme preconiza a Instrução Normativa 76, de 26/11/2018.

Os testes usados tradicionalmente estão sujeitos a falhas humanas, pois a decisão sobre a qualidade do leite depende da capacidade e experiência do analisador.

Além disso, eles apresentam pouca confiabilidade para estimar a estabilidade térmica do leite. Mesmo assim, esses testes são utilizados como critério para a tomada de decisão sobre a captação ou não do leite, antes mesmo de sair da propriedade rural.

Confira uma imagem da Embrapa que explica o processo do leite, desde a ordenha, passando pela análise da SondaLeite, até o consumidor:

Divulgação/Embrapa
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