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Falta de chuva dá prejuízos expressivos em lavouras brasileiras; entenda

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Análise foi feita em lavouras de cinco estados brasileiros  |   Bnews - Divulgação Divulgação / Pixabay

Publicado em 09/12/2024, às 08h19 - Atualizado às 08h43   Publicado por Vagner Ferreira



A falta de chuva resultou na redução de US$ 80 bilhões nas lavouras de soja entre as safras 2014/15 e 2023/24 - ou seja, em dez anos -, conforme análise feita pelo pesquisador José Renato Farias, da Embrapa Soja, que coordena também o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc). 

De acordo com informações do portal Globo Rural, a pesquisa foi feita com base nos dados de cinco estados que dominam a produção da oleaginosa no país, e assim, correspondem a 75% da produção nacional dos grãos. São eles: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio Grande do Sul e Paraná. O preço médio estimado da tonelada de soja foi de US$ 500. 

Farias ressalta que essa redução impacta diretamente na economia. “É uma perda monetária grande, que atinge diretamente o bolso do produtor de soja. Mas o impacto sobre a economia é muito maior, tendo em vista que a cadeia do grão é responsável pelos custos de produção de outras atividades agrícolas, como avicultura, suinocultura e produção de ovos”, disse o pesquisador, em reportagem do Globo Rural. 

Com base na última safra, de 2023/24, as perdas referentes às áreas plantadas foram de, aproximadamente, 45,8 milhões de hectares. No geral, a colheita teve redução de cerca de 160 milhões de toneladas devido à seca, equivalente a mais de uma safra brasileira de soja, visto que o Brasil colheu 147,3 milhões de toneladas da oleaginosa.

O Rio Grande do Sul é o estado que mais teve quedas, representando menos uma safra a cada quatro que são colhidas. Depois, apareceu o Paraná, com menos uma safra a cada seis colhidas. 

O produtor Paraense, Marcelo Teles, disse em reportagem que, para ele, a safra de 2021/22 foi a pior deste dez anos. Ele esperava colher uma média de 66,1 sacas por hectare, mas só teve 2,6 sacas por hectare.

Segundo Teles, foi preciso direcionar a renda de outras atividades agrícolas da propriedade, como a piscicultura e a avicultura. “Temos compromissos financeiros a cumprir e investimentos que não pudemos fazer”, conta.

O presidente do Sindicato Rural de Palotina - cidade do oeste do Paraná -, Edmilson Zabott, destaca os prejuízos sofridos pelos produtores e reforça a necessidade de programas de renegociação de dívidas e de aumento de prazos para pagamentos. “Nossos produtores estão muito descapitalizados e isso tem feito cair os investimentos em culturas como a soja”, concluiu. 

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