BNews Agro
Publicado em 13/01/2025, às 10h57 - Atualizado às 11h27 Publicado por Vagner Ferreira
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima a falta de armazenagem para a safra 2024/25 de grãos brasileiros, após recorde na produção. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a capacidade atual é de 222,3 milhões de toneladas, avaliadas como suficientes para estocar 69% da colheita.
De acordo com informações do portal Globo Rural, o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Equipamentos para Armazenagem de Grãos (Cseag) da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Paulo Bertolini, acredita em aumento para o setor.
“O déficit na estrutura de armazenagem atingiu 124 milhões em 2024. Deve aumentar em pelo menos 5 milhões de toneladas este ano. Vindo uma supersafra de soja e uma boa safra de milho, a situação pode ser mais dramática”, mensurou.
“É um número que cresce a cada ano. Só para manter a capacidade atual de armazenagem, acompanhando o ritmo de crescimento da produção de grãos, teríamos que investir em torno de R$ 15 bilhões por ano, para aumentar a capacidade em 10 milhões de toneladas estáticas por ano. A gente investe metade disso”, continuou, afirmando que a quantidade de produção é maior que o de armazenagem.
Três estados, com investimentos estimados em R$ 500 milhões em armazenagem, estão contando com monitoramento mais rigoroso, conforme apontado pelo CEO da Kepler Weber, maior empresa do setor no país, Bernardo Nogueira. São eles: Mato Grosso do Sul, com estimativa de mais 26,7% acerca da safra anterior; Mato Grosso, com avanço previsto em 17,3%; e o Paraná, com possibilidade de crescimento em 12,7%. Além disso, Tocantins e Goiás devem apresentar aumento expressivo no volume de produção de grãos nos próximos meses.
A Kepler Weber fechou 2024 com 306 obras em execução, teve mais de um terço dos projetos no Rio Grande do Sul e projetou um setor portuário aquecido. “Vemos muito anúncio de investimentos no Matopiba, no Goiás, no Mato Grosso e no Rio Grande do Sul. Imaginávamos que com a queda do preço da soja, ia diminuir a demanda dos agricultores, mas ela veio muito forte. Em 2024 a demanda foi superior à de 2023, e a gente está agora acreditando que esse é o novo normal”, afirmou o CEO.
Bertolini chamou a atenção para a falta de linhas de crédito para a construção de armazéns nas fazendas. “Com R$ 2 milhões ou R$ 3 milhões dá para construir uma estrutura mínima de armazenagem. É o preço de alguns tratores. Para comprar um trator, o produtor precisa de um aval do banco. Mas para construir um silo precisa de licença ambiental, licença de instalação, de operação, hipoteca da terra. É uma burocracia que torna mais oneroso e lento o financiamento”, conclui.
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