PL dos Agrotóxicos é criticado por ambientalistas que informam as drásticas consequências do projeto

Após a lei que permite que a indústria agropecuária se autofiscalize ser aprovada nesta terça-feira (20), pelo Senado, entidades ambientais salientaram sua preocupação sobre as questões ambientais que são afetadas pelo projeto, que é conhecido como PL do Autocontrole. 

O PL foi aprovado pelo Senado e seguiu direto para a sanção presidencial. O projeto prevê que, ao invés dos funcionários do Ministério da Agricultura fiscalizarem a agroindústria, as próprias empresas criarão seus programas de fiscalização, que serão monitorados pelo governo. 

SBT

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Em entrevista ao portal G1, Janus Pablo de Macedo, presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa), disse que, por conta do papel do Estado acerca da fiscalização ser diminuído, a segurança dos produtos é ameaçada diretamente. 

"É uma interrogação muito grande porque a gente não sabe como vai ficar a qualidade dos alimentos que serão comercializados, principalmente internamente aqui no nosso país. 

Kenzo Jucá, assessor Legislativo do Instituto Socioambiental, afirmou que "permitir que um vendedor seja o responsável por atestar a conformidade legal da sua própria mercadoria é algo esdrúxulo sob qualquer ótica".

"Quando se trata de alimentos é algo completamente inaceitável e ameaçaria a segurança sanitária de toda sociedade", complementa. 

Além disso, a problemática da violência aos animais também foi alertada por entidades ligadas à luta. 

Carla Lettierim, diretora-executiva da Animal Equality, explica que, para ela, as consequências de um possível enfraquecimento da fiscalização é o aumento do maltrato aos animais no setor. 

"Animais sendo chutados, sendo cortados vivos, a insensibilização feita de uma maneira extremamente violenta e de forma ineficaz, ou seja, o animal é morto ainda consciente", relata Carla ao falar sobre os abatedouros dentro da indústria. 

O meio ambiente como um todo também será prejudicado, de acordo com Carla, já que os fiscais do governo também monitoram a utilização de agrotóxicos e a entrada de químicos no Brasil.