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Produção de itens como açaí, dendê, café e cacau gera R$ 24,4 bilhões à região do Bioma Amazônia, aponta FGV

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Dados são do Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia da Fundação Getulio Vargas (FGV)  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Mapa

Publicado em 06/04/2024, às 18h13   Cadastrado por Beatriz Araújo


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A produção agrícola dos municípios que compõem o Bioma Amazônia foi de R$ 118,5 bilhões em 2022, o que representa apenas 14,3% do total do País, segundo aponta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desse montante, R$ 24,4 bilhões, ou seja, 20,5%, foram gerados pela produção de itens como açaí, mandioca, café, cacau, banana, cana, dendê, abacaxi, arroz, feijão, além de outros produtos da região. Os dados são do Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia da Fundação Getulio Vargas (FGV).

De acordo com o levantamento, o valor de produção associado a esses produtos do Bioma Amazônia é menor do que o gerado pela soja, milho e algodão, que foi de R$ 94,1 bilhões. Contudo, desse montante gerado por essas commodities, R$ 74,4 bilhões foram produzidos pelos municípios que são pertencentes ao estado do Mato Grosso (MT), que tem uma dinâmica de produção agrícola muito mais associada ao Cerrado do que ao próprio Bioma Amazônia.

Ao mesmo tempo, o Bioma Amazônia somou 13 milhões de hectares em área colhida em 2022. Desse total, 11,2 milhões de hectares foram associados às culturas de soja, milho e algodão, e 1,8 milhão de hectares foram relativos aos demais produtos.

Por outro lado, ao desconsiderar o Mato Grosso, observa-se que a área colhida de soja, milho e algodão (2,5 milhões de hectares) é somente um pouco acima do tamanho da área colhida com outros produtos (1,5 milhão de hectares). Isso significa que o cenário de produção agrícola do Bioma Amazônia é bem diferente quando se compara o Bioma completo e quando se exclui o Mato Grosso, que é um estado com uma atividade agrícola, na média, bem desenvolvida, inclusive com uma interface com o mercado externo.

Sustentabilidade

Para a pesquisadora do Observatório de Conhecimento e Inovação em Bioeconomia da FGV, Roberta Possamai, que é também uma das autoras do estudo, o importante não é o produto que será ofertado pela região do Bioma da Amazônia, mas sim sua capacidade de gerar renda e ser sustentável.

“O ideal seria termos uma produção ambientalmente sustentável e que consiga gerar renda e dinamizar a economia local, aproveitando a produção tanto de produtos usualmente mais associados ao Bioma, como também as commodities com mercados e instituições brasileiros consolidados”, considerou.

Ainda segundo a pesquisadora, para promover um desenvolvimento mais sustentável, bem como gerar renda para a região, seria importante focar nos produtos mais associados ao Bioma, a exemplo do açaí, dendê, mandioca, café, etc, bem como aproveitar o desenvolvimento dos produtos que já estão consolidados, como commodities agropecuárias, entre elas soja, milho e algodão. Em ambos os casos, é preciso aprofundar e ampliar a adoção de práticas e métodos mais sustentáveis.

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