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Quadrilha que misturava farelo de soja com areia é desarticulada durante operação policial

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Foram apreendidas armas de fogo, munições, computadores, cabeças de gado, joias, dinheiro e 18 veículos  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 29/07/2022, às 16h59   Redação BNews


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Uma operação deflagrada pela Polícia Civil de Mato Grosso, batizada de ‘Grãos de Areia’, terminou com 13 pessoas detidas na última quinta-feira (28). Elas são acusadas de atuar em crimes de furto e fraude na entrega de cargas no sul do estado e de misturar areia a cargas milionárias de soja exportadas para a China. Durante as buscas, foram apreendidas armas de fogo, munições, computadores, cabeças de gado, joias, dinheiro e 18 veículos.

Ao todo foram cumpridas 88 ordens judiciais, entre mandados de prisão, busca e apreensão e sequestro de bens.

Durante as buscas domiciliares foram apreendidos dois tratores, dois semirreboques, duas pás-carregadeiras, cinco camionetes (duas S-10 e quatro Hilux), dois veículos de luxo (uma Ranger Rover e um Chevrolet Camaro), além de um Toyota Corolla, um Fiat Palio, um barco e uma motocicleta 1.000 cilindradas.

Também, duas armas de fogo (uma pistola 9 mm e um revólver calibre 32), mais de 100 munições (84 calibre 9 mm e 21 calibre 32), computadores, notebooks, bloqueadores de sinal, chaves de veículos, joias e mais de R$ 22,6 mil em dinheiro, além de 99 cabeças de gado que estão entre os bens sequestrados.

Segundo reportagem do site Canal Rural, os mandados foram expedidos pela Sétima Vara Criminal de Cuiabá como resultado da terceira fase de investigação iniciada pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) Rondonópolis no mês de março de 2021, quando 10 pessoas foram presas pelos crimes de receptação, roubo e adulteração de cargas de soja em grão e em farelo, além de milho.

Na época, o grupo criminoso foi surpreendido na posse de carga de farelo de soja avaliada em mais de R$ 130 mil. Os integrantes pretendiam transformar a carga roubada em diversas outras adulteradas que seriam entregues no terminal de cargas ferroviário de Rondonópolis.

Ainda de acordo com o site, a investigação conduzida pela Derf Rondonópolis com apoio da GCCO apurou a atuação do grupo envolvido no furto e na adulteração das cargas, tendo como vítima um terminal ferroviário de cargas, principal polo de infraestrutura logística do estado de Mato Grosso, responsável pelo escoamento de boa parte da safra do estado.

As investigações apontaram que existia uma organização criminosa atuante na cidade de Rondonópolis, composta por empresários do ramo de transporte e comércio de grãos, agenciadores, motoristas de caminhão e funcionários da empresa vítima. O grupo vinha atuando em Rondonópolis desde 2020.

Segundo a polícia, o farelo de soja era carregado por integrantes do grupo criminoso em uma empresa em Primavera do Leste com destino ao terminal de cargas em Rondonópolis. Então era realizada a clonagem de outro caminhão com mercadoria adulterada nas empresas da organização criminosa. O veículo adentrava no pátio da empresa com a conivência de funcionários envolvidos no esquema e descarregava a mercadoria adulterada. O caminhão com a carga sem adulteração retornava para a empresa do investigado, onde era descarregada e posteriormente comercializada por valores abaixo do preço de mercado, gerando um lucro aproximado de R$ 100 mil por carga desviada.

Em outra frente criminosa, com foco nos produtos soja a granel e farelo de soja, era realizado o aliciamento dos motoristas de caminhão. As cargas sem adulteração provenientes de todo o estado Mato Grosso eram levadas até a empresas dos investigados, onde eram adulteradas com areia para serem entregues no terminal ferroviário.

A organização criminosa oferecia grande quantidade de dinheiro para que funcionários da empresa vítima fossem coniventes com as fraudes e, quando não conseguiam cooptar os funcionários, proferiam ameaças de morte como forma de intimidação.

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