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Olívia Santana defende flexibilização da lei para que entidades carnavalescas não percam patrocínios

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Neste ano, por exemplo, as Filhas de Gandhy não foram beneficiadas com verba pública  |   Bnews - Divulgação Adenilson Nunes/BNews

Publicado em 01/03/2019, às 17h27   Tamirys Machado e Guilherme Reis


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A deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) defendeu nesta sexta-feira (01) que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) e o governo revejam alguns trâmites bucrocráticos e legais para que mais entidades carnavalescas consigam patrocínio. Neste ano, por exemplo, as Filhas de Gandhy não foram beneficiadas com verba pública. 

"Conversei com a secretária Arany Santana, várias pessoas vieram até mim, porque cerca de 50 blocos afros não conseguiram ser contemplados. Ela colocou bem claramente que foi muto difícil garantir o financiamento de uma quantidade significativa de entidades dentro do novo marco regulatório da secretaria. Não foi uma falta de vontade política. Tenho muito respeito à secretária Arany. Ela tentou, mas não conseguiu. Depois do Carnaval cabe uma conversa com o Tribunal de Contas para repactuar. As entidades muitas vezes não conseguem atender todo o grau de exigências de algumas legislações", disse Olivia ao BNews, durante o desfile do Olodum, no Pelourinho.

De acordo com as Filhas de Gandhy, no ano em que completa 40 carnavais de existência, o afoxé feminino deixará de desfilar em dois dias da folia (sábado, no circuito Batatinha, e terça-feira, no Circuito Osmar, na Avenida Sete) por falta de apoio governamental.

Em 2019, devido à não inclusão da agremiação no Carnaval Ouro Negro e à falta de patrocínio de outro tipo, as foliãs do afoxé só desfilarão na segunda-feira da festa momesca, no circuito Dodô, entre a Barra e Ondina, na orla marítima da capital baiana.

A parceria entre Bethânia e as Filhas de Gandhy, afirmou a presidente e fundadora do bloco afro, Glicéria Vasconcellos, é um presente para a instituição, que leva para o Carnaval, há quatro décadas, mensagens sociais importantes, como a defesa do direito das mulheres, o combate ao racismo e um grito contra a intolerância religiosa.

"É uma honra ter uma figura tão importante como Bethânia, religiosa e artista respeitada, a maior intérprete da música brasileira, como madrinha do nosso bloco. As Filhas de Gandhy e Maria Bethânia têm tudo a ver, porque são vozes fortes em defesa da nossa cultura popular, das nossas religiões afro-brasileiras e do nosso povo negro", afirmou Glicéria.

"É triste ver que nosso esforço para manter um bloco de tal expressão não seja considerado e que não tenhamos apoio dos órgãos para garantir que as Filhas de Gandhy desfilem nos três dias tradicionais. Estou muito abalada com essa situação", criticou a presidente da agremiação carnavalesca.

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