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Carlinhos Brown domina audiência e defende Afródromo

Roberto Viana
Fala do cantor era esperada por quem compareceu a evento e Brown não evitou temas polêmicos  |   Bnews - Divulgação Roberto Viana

Publicado em 15/03/2013, às 16h53   Lucas Esteves (Twitter: @lucasesteves)


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A audiência pública que debateu as mudanças do Carnaval 2014 no Anexo Emmerson José da Câmara de Vereadores na tarde desta sexta-feira (15) foi dominada pelo cantor e compositor Carlinhos Brown. Apesar de divers as presenças importantes para o processo de alterações na festa estarem presentes no evento, a fala do músico foi a mais esperada e, pela expectativa, não decepcionou, uma vez que Brown não teve medo de tocar em assuntos polêmicos.
Entretanto, o principal ponto a trazer o cantor ao local foi a defesa do seu Afródromo, que estreou no Carnaval deste ano e ainda tem um bocado a evoluir até que se torne viável e aceito na cultura da festa. Entre falas que iam e voltavam, Carlinhos Brown defendeu que, ao contrário dos ataques que recebe, o Afródromo não tem nenhuma intenção de segregar a folia. Na verdade, a ideia seria devolver às comunidades populares da cidade um caráter “passivo” da festa, onde há arquibancadas acompanhando desfiles organizados, sem empurra-empurra e interferência de som dos trios.
Além disto, o artista alegou que o Afródromo seria uma maneira de viabilizar comercialmente o Carnaval para os blocos afro, que normalmente têm diretores se desfazendo de bens para custear desfiles devido ao pouco ou nenhum apoio oficial ou de patrocinadores privados. “Falam de ganhar dinheiro como se ganhar dinheiro fosse ilícito. Podem dizer. Ganhem dinheiro com isso. Eu quero ganhar muito dinheiro. Eu digo: o Afródromo é uma ideia pra gente ganhar muito dinheiro, pra poder sustentabilizar as comunidades”, defendeu Brown, no que foi entusiasmadamente aplaudido.
O artista voltou a rejeitar que o Afródromo cobraria entrada dos foliões e ressaltou que a existência de arquibancadas e catracas não impõe a cobrança financeira, mas sim uma maneira de tranquilizar os desfiles e também se preocupar com a segurança de quem participa e faz a festa. “Nós queremos um lugar para mostrar a nossa estética. Um lugar para eu levar a minha mãe,a s famílias, as crianças, e não tomar empurrão de gente. Pra não ficar desfilando às 4h da manhã, para não desfilar pisando em poça de xixi, em cocô”.
Brown também pleiteou o debate amplo sobre o problema de outros entes frágeis da festa, em especial os compositores das canções. O cantor quer que a categoria seja melhor servida, uma vez que não é qualquer pessoa que pode ser compositor. Da mesma maneira, Brown rejeita que os organizadores se disponham a fazer tudo o que diz respeito a um bloco de carnaval na cidade e viabilizem a divisão das tarefas para um trabalho mais profissional. Para que tudo isto ocorra, é preciso haver, além da valorização coletiva, a ciência exata de quanto é direcionado para quais áreas nas verbas da folia.
O encontro também contou com as presenças de Pedro Costa, presidente do Conselho do Carnaval, Jairo da Mata, organizador oficial da festa do ano que vem, o presidente do Sindicato dos Músicos, Sidney Zapata, e o vereador Leandro Guerrilha (PSL), organizador do debate. Ao longo do ano, diversas reuniões similares serão travadas para discutir mudanças como a provável inversão do Circuito Dodô, a transformação do uso da Rua Carlos Gomes e o impacto destas medidas em outros circuitos.

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